A proibição da venda de imagens religiosas no Centro de Petrolina foi tema de requerimento e alvo de polêmica na sessão desta quinta-feira (21).
A discussão sobre a solicitação de informações acerca da situação do comerciante informal José Edimir Sinesio, mais conhecido na região como o Papa, teria ocorrido na terça passada.
Mas, como a sessão foi encerrada após o mal entendido sobre o estado de saúde do pai do vereador Marquinhos Amorim, a questão envolvendo uma suposta perseguição ao Papa entrou em pauta ontem, na Câmara de Petrolina e não no Vaticano.
Mesmo integrando a bancada de situação, os vereadores Rodrigo Araújo subscreveram o requerimento de autoria da vereadora de oposição, Samara da Visão. Prevendo o estranhamento dos colegas governistas, Araújo justificou sua participação. “Eu não vejo nada demais, até porque foi citado aqui na última sessão, o vereador Gilmar disse que estava com ar de perseguição, como se Miguel Coelho e os secretários estivessem perseguindo o Papa. Então como sou amigo e sou base do governo pedi que me colocassem porque quero saber também se estão perseguindo, porque isso não tem nada a ver uma coisa com a outra”.
O líder do governo Ronaldo Silva pediu destaque no requerimento para esclarecer que não houve perseguição e sim cumprimento do que prevê o programa municipal Calçada Limpa. “Eu não acho que prefeito ou os secretários iriam perseguir uma pessoa como Papa. Não perseguem ninguém. (…) Ele não tinha ponto fixo, não é camelô. Outra coisa, foram oferecidos dois locais para ele e ele não aceitou nenhum. Não foi multado nenhuma vez, apenas notificados que lá onde estava não era adequado. Ele para numa área de zona azul, coloca as imagens em cima do carro e vem outro e age da mesma forma, é aí? E o projeto Calçada Limpa, o Centro limpo? Nós que aprovamos aqui o projeto para retirar os camelôs das ruas. A Rua Padre Fraga está sendo concluída para colocá-los lá. Então não politizar uma coisa para não infringir a Lei”.
Samara da visão defendeu seu requerimento reafirmando a sua importância. “A gente não está aqui para acusar ou dizer que é uma perseguição política, queremos obter informações para que ele possa vender as suas imagens. Ele é um trabalhador, tem nota fiscal de sua mercadoria, paga a sua zona azul. Então vejo problema algum dele vender. Estamos pedindo informações, buscando saber o que está acontecendo”.
O vereador Wenderson Batista lembrou do caráter rotatório da zona azul e destacou que todos precisam obedecer a regulamentação. “O estacionamento na zona azul é rotativo, não pode ficar o dia todo. (…) O carro está parado na zona azul, não está usando a calçada. Será que o povo vem comprar as imagens dele por drone? Paraquedas? Helicóptero? Vai ter que parar na calçada e vai congestionar”.
Apesar de toda a polêmica envolvendo o assunto, o requerimento foi aprovado por unanimidade.