Empenhando em debater com as lideranças de oposição à gestão Paulo Câmara o fim da era PSB em Pernambuco, o prefeito de Petrolina Miguel Coelho (MDB), segue com as críticas contundentes quanto aos indicadores socieconômicos, que segundo ele, estão em queda. Em entrevista ao Nossa Voz desta quinta-feira (03), o emedebista elencou uma série de perdas nos investimentos, além de problemas relacionados ao alto de custo de vida aliado aos números do desemprego no Estado.
Negando estar em pré-campanha ao governo de Pernambuco, Miguel atesta estar antenado com as dificuldades enfrentadas pela população. “No momento a gente não está tratando como uma pré-candidatura, mas sim como um debate político. Vemos que Pernambuco, infelizmente, está amargando os piores indicadores em diversos setores. É um dos campeões de desemprego no Brasil e no Nordeste, se formos falar sobre investimentos esse é o Estado que menos investe na região. Sem falar na educação, onde caiu 30% em investimentos”.
Coelho evitou adentrar em questões relacionadas ao combate à covid 19. Entretanto, sinalizou que a gestão estadual não tem feito o dever de casa quanto ao planejamento da recuperação pós pandemia. “Não quero nem entrar na saúde, por conta da pandemia, para não dizerem que estamos politizando em algo tão delicado, mas isso mostra que Pernambuco, que já foi campeão, líder regional e nacional, hoje perdemos toda a nossa atratividade. Estamos perdendo empresas para Alagoas, para a Paraíba. Não disputamos mais nem com o Ceará e a Bahia, que eram os nossos estrados coirmão, sem nenhum demérito aos estados menores, mas isso mostra que a gente precisa fazer um debate sobre Pernambuco. Sobre a segurança, acho que ficou muito claro nesse final de semana, a falta de liderança, a falta de comando e, principalmente, a falta de solidariedade em ambos os lados, até porque o líder tem que estar apto a tomar decisões fáceis, difíceis, mas também ter as responsabilidades de assumi-las”.
Mesmo com todo o entusiasmo do seu grupo político, onde os membros dizem abertamente que votarão nele para governador, Miguel reiterou a disposição em unir as oposições em torno de um único propósito. “O que venho provocando junto ao MDB, e estou muito confiante de que o MDB vai sim, liderar todo esse processo junto com os demais partidos, é que a gente possa fazer o debate de Pernambuco. Essa impressão ou essa balela das pessoas dizerem que só vão tratar 2022 em 2022, os problemas de Pernambuco não só existem em ano de eleição. Pernambuco e os pernambucanos estão cansados dos altos impostos no combustível, no pão, no leite, no ovo e tantas outras coisas que eu poderia citar, estão cansados do desemprego, de não ter perspectiva de melhorias na qualidade de vida. Então precisamos enfrentar esses problemas hoje. Enquanto liderança política e pública que sou tenho esse compromisso de fazer o debate”, justificou.
“Quem será o candidato, isso não é o mais importante agora. Mas a gente precisa estar com time de Pernambuco preparado e as propostas prontas para apresentar a população de Pernambuco no momento apropriado”.
Sobre a sondagem publicada no mês passado, onde obteve 5,6% das intenções de voto entre os entrevistados, Coelho vê grande margem para crescimento, porém, afirmou ainda ser cedo para tal análise. “Pesquisa é um retrato do momento. Em época de eleição não vale muita coisa, imagine faltando 18 meses. Mas você fica feliz em ser lembrado, acho que o que a pesquisa traz, independente da posição de um e do outro, o que vale é o nível de conhecimento. Sou o mais desconhecido no Estado de Pernambuco e tenho a menor rejeição, então isso mostra que tem um potencial de crescimento enorme. Mas, não estou preocupado com isso porque nem pré-candidato sou. A gente não pode colocar projetos pessoais acima de um projeto muito mais importante que é a retomada do crescimento, do desenvolvimento. Principalmente, o candidato que a gente escolher, ou a candidata, tem que ser uma pessoa que possa representar e dar esperança as pessoas e que elas tenham a confiança que, não só pela confiança na gestão por onde essa pessoa tenha passado, mas que ela possa representar um futuro melhor para todos”.