
O Instituto de Previdência de Juazeiro (IPJ) está realizando uma campanha de conscientização contra a violência financeira de idosos. Para falar mais sobre o assunto, o programa Nossa Voz desta quarta-feira (16),convidou a Diretora previdenciária da instituição, Rúbia Oliveira, que explicou os tipos de violência mais comuns, além de dar dicas do que fazer quando se é vítima deste tipo de prática.
“Vemos idosos e pensionistas muito vulneráveis, principalmente neste momento de pandemia, em que através da prática de familiares ou terceiros, o patrimônio e os rendimentos são apropriados indebitamente e este idoso fica com o cartão retido ou não tem acesso ao seu dinheiro. Pensando nisso, fizemos esta campanha de conscientização”, explica Rúbia.
Além da prática que, na maioria das vezes é feita por pessoas do convívio do idoso, a diretora destacou outro crime financeiro muito comum quando se trata de aposentados e pensionistas que recebem benefícios do INSS. “Instituições bancárias, principalmente aqueles bancos pequenos de empréstimo tem utilizado acesso ilegal ao banco de dados do INSS, por exemplo, para depositar créditos não solicitados nas contas dos beneficiários. Por não ter quem oriente ou o hábito de conferir o extrato, acabam pagando por empréstimos nunca solicitados.
Rúbia salienta que para não cair nestes golpes, é importante eleger alguém de sua confiança para fazer o controle do extrato. Caso seja percebido algo que não foi contratado, o primeiro passo é entrar em contato com a instituição financeira. ” Muitas vezes eles usam de artifícios ligando para a pessoa e dizendo que tem um crédito disponível para a pessoa. Então, o ideal é entrar em contato com a instituição, tentar falar na Ouvidoria. Porém, caso não tenha êxito, infelizmente, é necessário ajuizar uma ação na justiça para conseguir fazer a devolução do crédito. Muita gente quando vem tomar conhecimento da situação já está com dinheiro “a mais na conta” e pagando a segunda, terceira parcela de um empréstimo feito em 70, 80 vezes. Temos até conhecimento que muitas empresas falsificam as assinaturas de beneficiários para renovar empréstimos compulsoriamente”, relata.
As penalidades para estes tipos de crime podem ser reclusão de 1 a 4 anos, multa e detenção. A diretora destaca ainda que, de acordo com o Artigo 6º do Estatuto do Idoso, “qualquer pessoa que perceber uma situação de violência contra o idoso, não se limita a um familiar, qualquer terceiro de boa-fé pode denunciar, seja no Conselho do Idoso, em uma unidade de CRAS; portanto, se sabe que aquela pessoa vulnerável vem sofrendo tem o dver de fazer a denúncia”, diz.
Por fim, a entrevistada deu uma excelente dica para que se é importunado por diversas ligações de instituições financeiras e também por empresas de telefonia. “Para não ser importunado por bancos ou empresas de telefonia, a dica é se cadastrar no site www.naomeperturbe.com.br, pois assim pode bloquear seu número para essas ligações indesejadas, diz.