Antônio Coelho diz que oposição apontará pré-candidato a governador em novembro e avalia governo Paulo Câmara como “insosso”

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Novembro será o mês decisivo para a escolha do pré-candidato da oposição ao governo de Pernambuco. A informação foi repassada pelo presidente do diretório municipal do Democratas, o deputado estadual Antônio Coelho em entrevista ao Nossa Voz desta segunda-feira (05). Mesmo com a previsível defesa do nome do irmão, Miguel Coelho, como o escolhido da base política que promete marchar unida nas próximas eleições, Antônio reconhece a força dos demais nomes em jogo. Entretanto delimita que o debate priorize a nova geração política que obteve bastante destaque no pleito de 2020.

“Em todo Pernambuco há uma curiosidade em torno do trabalho do prefeito Miguel Coelho aqui em Petrolina. Ele tem todas as credenciais necessárias para que a gente possa liderar um novo ciclo político aqui no Estado, mas ainda estamos em debate interno. Tem também deputados estaduais, mas eu diria que ainda mais o debate vai se passar por outros prefeitos da região que governam cidades importantes a exemplo de Caruaru, Raquel Lyra e Anderson Ferreira, em Jaboatão dos Guararapes, que tem gestões exitosas e merecem ser incluídos nesse hall de possibilidades”, traçou.

Além do apoio da oposição pernambucana, ainda há a expectativa quanto ao posicionamento político do MDB, partido de Miguel, que atualmente permanece na base de Paulo Câmara. “Eu diria que o MDB vai definir até agosto se vai seguir dentro da Frente Popular ou se não. Isso já vai permitir a gente saber se o MDB vai ter a possibilidade de lançar um candidato próprio a governador e até novembro desde ano a oposição deve sim apresentar seu único candidato, estaremos todos juntos rumo ao governo do estado”, explicou Antônio.

Para o deputado estadual, essa antecipação em anunciar ainda este ano o pré-candidato a governador é fundamental. “É importante a gente ter esse longo período de pré-candidatura para que esse candidato possa percorrer todo o Estado, possa correr trecho, possa fazer entrevistas de rádio, participar de seminários em todo Pernambuco para que ele possa ir conhecendo e construindo a sua relação com o povo de pernambuco. Estamos dispostos a começar a apresentar essa alternativa, essa possibilidade de mudança ao povo de Pernambuco ainda no final deste ano”.

Ciente do antagonismo protagonizado pelo prefeito de Petrolina com a gestão de Paulo Câmara, Antônio Coelho ainda reforçou a tese de uma perseguição exercida pelo governador. “Todo Pernambuco sofre com essa má gestão do PSB. Mas tenho a impressão que ele se esforça para prejudicar Petrolina, para tratar a gente ainda pior do que outras cidades. Temos o exemplo do atraso dos repasses na saúde, o governo do estado deve dever facilmente para Petrolina, mais de R$ 10 milhões. A gente tem demora para execução das minhas emendas parlamentares e deputados da base [aliada do governo] têm a fama de serem liberadas mais cedo. A gente tem a falta de obras, a falta de manutenção das nossas rodovias estaduais. Eu diria que existe sim uma omissão, uma ausência e uma vontade de prejudicar o governo do estado com Petrolina”, argumentou.

Avaliação do governo

Convidado a classificar a administração de Paulo Câmara, Antônio não aliviou. “Insosso, sem gosto, um governador que não tem liderança. Ele será o primeiro governador de Pernambuco que em muito tempo não terá uma obra estruturante, que não dirá para que veio e teve dois mandatos. Acho que é uma pena. Paulo Câmara governou o nosso estado no período em que ele perdeu protagonismo”.

Coelho também apontou a falta de investimentos em setores fundamentais.  “Infelizmente, a gente desceu alguns patamares de orgulho nacional. A segurança está voltando a piorar, o governador estagnou os investimentos em segurança pública. Na educação foi o governador que mais cortou, o orçamento da educação é 30%. Basta ver como está a situação da UPE aqui em Petrolina, a situação de outras escolas estaduais. Então, a gente teve isso: um apagão social no governo Paulo Câmara, quando a falta de projetos estruturantes que poderiam estar alçando a gente em outros planos do desenvolvimento econômicos”, lamentou.