Comprar um terreno e construir a casa própria é o sonho de milhares de brasileiros. Afinal, quem não deseja sair do aluguel e investir em um imóvel que possa chamar de seu, não é mesmo? Além de ser um investimento sólido, uma casa própria proporciona conforto, segurança e qualidade de vida para toda uma família. No entanto, a aquisição de um patrimônio está trazendo transtornos, insegurança, medo e até problemas psicológicos em alguns moradores de Petrolina (PE).
Nesta segunda-feira (27), a reportagem do programa Nossa Voz, foi até a rua 12, do bairro Antônio Cassimiro I, para mostrar a situação de alguns moradores que esperam há 10 anos pela escritura do terreno, casas e pontos comerciais que adquiriram através da compra de alguns lotes. Segundo relatos, as compras foram realizadas por recibo de compra e venda.
Uma luta incansável, é o que vive atualmente o comerciante Gildevan Pereira e outras pessoas. Ele explicou que toda sua economia financeira foi aplicada no local. “Eu gastei tudo aqui para construir meu comércio, fui até a Prefeitura com três anos que já estava morando nesse local para legalizar minha situação, mas eles me disseram que o IPTU dessa área teria que ser paga, a gente precisa de ajuda”.
O caso de outra moradora, Luciana, é bem delicado. Ela falou da situação que enfrenta afirma que se encontra emocionalmente abalada e com sintomas depressivos. “Eu comprei o meu terreno através de uma senhora, Maria Barbosa, proprietária do terreno e eu não usei de má-fé. Já chegou notificação judicial para mim, eu não invadi aqui, não tenho condição nenhuma para isso, estou muito nervosa e tudo por causa dessa notificação. Eu tenho que pagar 5 mil reais de honorários para o senhor Ademir que alega ser o dono. Ele disse que tem a escritura dos lotes. Eu mesma não tenho condição nenhuma de pagar esse valor. Moro aqui desde fevereiro de 2008, Trabalhei 16 anos como doméstica para comprar essa casa para mim. Não invadir nada de ninguém. Ele diz que são 16 lotes dele, e eu estou nesse barco. Preciso de ajuda”.
Já Ismara contou que comprou uma casa já pronta em 2006. “Quando a gente comprou, a casa já estava feita. Recebemos uma carta de despejo, contratamos uma advogada, e ela foi ameaçada. O filho do ‘suposto’ dono veio aqui e jogou o carro em cima da gente. Se contratamos uma advogada e ela foi ameaçada, quem vai abraçar nossa causa? Eles são amigos? Ninguém quer defender a gente”, desabafou.
Conforme a população destacou na reportagem, o documento dos terrenos e toda a situação foi encaminhado para o Governo do Estado, para o governador por mãos da deputada estadual, Dulcicleide Amorim, e que também levou para Casa Civil.
O nossa Voz está à disposição para ouvir as partes interessadas no assunto.