Os transtornos relacionados às obras inacabadas na Avenida Sete de Setembro e os problemas relativos ao comprometimento da mobilidade em torno dos viadutos instalados no local foram debatidos na sessão desta terça-feira (26), realizada na Câmara Municipal de Petrolina. Procurada por moradores e comerciantes localizados ao longo da via, a vereadora Maria Elena relatou a saga vivenciada junto ao escritório local do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que prometeu estudar as demandas relacionadas à obra, entretanto, deixou de atender a parlamentar após a inauguração dessas estruturas.
“Colegas vereadores, me ajudem nessa empreitada. O prefeito Miguel Coelho, trazendo os viadutos, deu uma guinada na infraestrutura dessa cidade na questão da mobilidade urbana. Por outro lado, o projeto apresentou uma falha passiva de ser resolvida, não nos projetos dos viadutos, mas em decorrência deles, o Dnit se recusa a fazer um reparo que beneficiará muitas comunidades, como a do Ouro Preto, que está totalmente ilhada”, relatou.
Elena ainda reforçou ter ouvido integrantes dos mais diversos segmentos prejudicados com a situação.” Participamos de conversas com comerciantes, com proprietários de táxis e uber, com famílias que precisam se locomover todos os dias e vir ao Centro da cidade para resolver suas ocupações e essas pessoas estão totalmente ilhadas, por não poderem atravessá-las. Nem caminhando, muito menos com automóveis. A família que tem seu auto, tem sua moto e precisa vir na Bari tem que ir lá nos comombó de Judas (sic) para fazer o contorno e chegar lá. A família que precisa vir fazer a feira no Jardim Maravilha, não tem condição de fazer transitando com sua carroça ou trazendo as suas sacolas”.
A falta de retorno para quem trafega pelas vias paralelas aos viadutos além de prejudicar o ir e vir da população, causa prejuízos aos comerciantes locais. “Ficou inviável o trânsito, o acesso aos bairros do Ouro Preto, Jardim Amazonas, Vale do Grande Rio , a todo aquele entorno. Sem falar no tanto que estão prejudicados os comerciantes. Sabemos que ali no entorno da Avenida Sete de Setembro, é onde a maioria das casas comerciais e oficinas que atendem, tanto vendendo peças quanto consertando carros, se concentram ali no Ouro Preto”, reforçou a vereadora.
A parlamentar ainda relembrou ter sofrido discriminação por parte do responsável pelo Departamento em Petrolina, que só teria se disponibilizado a recebê-la após a confirmação da participação de algumas lideranças masculinas, representantes dos segmentos prejudicados.
“O diretor do Dnit, talvez até numa atitude machista, ousou dizer ao colega vereador que não recebeu a vereadora Maria Elena. Olha a forma como ele não recebeu. E o pior é que é verdade. Num primeiro momento, eu queria apaziguar e conversar com ele, mas foi preciso eu juntar todos presidentes de associações de moradores. Vejam o preconceito, vejam a forma discriminatória como muitos dos homens que ainda ocupam espaços de poder, fazem com as mulheres”, lamentou.