Após a entrevista do líder do governo na Câmara, Ronaldo Silva, tecendo acusações ao advogado e ex-candidato a prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio Filho, hoje (9), foi a vez de Julinho participar do Nossa Voz e rebater as declarações feitas pelo vereador.
De acordo com Julinho, o vereador disparou diversas mentiras durante a entrevista, sobretudo quando afirmou que haviam outras ações judiciais anteriores ao do advogado que suspendia o aumento da cota de combustíveis. Certo de que não há outra ação, Júlio lançou um desafio público a Ronaldo Silva. “É muito triste ver um líder governista de um governo, de uma cidade como Petrolina, vir a uma rádio mentir dessa forma. Eu faço um desafio ao vereador Ronaldo Silva ou a qualquer outro. Ache, encontre uma ação judicial, assinada por um juiz que barre o aumento da cota de combustíveis antes da nossa ação popular, eu saio da política. Ache qualquer decisão judicial que foi proferida antes da nossa, que eu saio da política. Escrevo no cartório se você quiser”, garantiu.
Júlio rebateu ainda que o Ministério Público não se movimentou no tocante à ação judicial e que a Câmara recorreu sim à decisão. “Após a aprovação da Câmara, o Ministério Público recomendou ao prefeito que vetasse a lei, o que não foi feito, foi sancionada pelo Executivo. Só após a lei sancionada é que nós entramos com ação na justiça. Era uma ação popular encabeçada por mim, porém cumpria o desejo de toda a população, inclusive a imprensa que denunciou o aumento da cota. O vereador mentiu inclusive quando disse que a câmara não recorreu. É mentira. O próprio Aero Cruz, presidente da Câmara, disse que a matéria estava em julgamento ainda”, afirmou.
Ainda segundo Júlio, o salário recebido pelos vereadores é suficiente para custear o combustível gasto por eles nas visitas à comunidade e garantiu que, caso ocupe algum cargo legislativo, não fará uso desta cota combustível. “Visitar o interior, eu visito e tiro do meu bolso, porque vereador não pode tirar? Qualquer cargo legislativo que eu possa ocupar na minha vida, eu abdico de cota combustível. Faço um compromisso público. Eu não vou usar 1 real de combustível. Tem vereadores que moram nos projetos irrigados, que tem uma demanda gigantesca de gasolina, aí até pode solicitar um aumento no valor, mas pra mim o que é prego batido e pra população também é que em plena pandemia não dá pra se dar um aumento de mil reais enquanto tem gente morrendo, gente perdendo emprego, empresas fechando. Os recursos devem ser voltados para recuperação econômica e saúde. É imoral e provamos que é ilegal esse aumento na pandemia”, salientou.
POLÊMICA DOS OUTDOORS
A polêmica sobre o aumento da cota de combustíveis para os vereadores foi reacendida após Julinho ter colocado dois outdoors na cidade, divulgando a ação judicial que culminou com a suspensão da lei. Só que, duas horas depois, os outdoors foram cobertos e o autor questionou nas redes sociais a quem interessava que essa informação não fosse veiculada. O vereador Ronaldo Silva, então, suscitou que poderia ser uma armação do próprio grupo político de Julinho.
“Em relação aos outdoors, resolvi colocar dois. Em uma semana tentamos colocar, quando a gente mandou a arte, o dono disse que não poderia colocar. Pra quem não é interessante que se saiba disso? A quem interessa? Não é a ao dono do outdoor. Depois procuramos uma empresa que é de uma pessoa de Salvador. Outdoor colado, duas horas depois cobriram, e o rapaz que faz nosso intermédio recebeu uma ligação de um número com prefixo 71 justificando que tiraram, pois foram ameaçados de processo. Quem tem interesse de derrubar esses outdoors?”, questionou.
O advogado ainda classificou a entrevista de Ronaldo Silva, um “tiro no pé”. Isso porquê o vereador chamou Julinho de ingrato, pois, segundo ele, as contas do seu pai enquanto prefeito foram aprovadas pela Câmara após articulação do próprio líder governista para aprová-las. “O vereador veio provar por A+B que quem não reza na cartilha deles, eles ameaçam e chantageiam. Eu pensava que para aprovar as contas era necessário que os vereadores conferissem se estava tudo regular ou não. Ele aprovou as contas de prefeito do meu pai porque o TCE já havia mandado o parecer favorável. Ele foi tão infeliz nessa entrevista. Se acham que vão me intimidar, que é com esse tipo de ameaça que vão me fazer recuar no que eu acredito e no que eu acho certo estão muito enganados. Eu não tenho teto de vidro, minha vida é aberta, Eu acho que ele foi muito infeliz e mostrou o tipo de política que infelizmente boa parte dos vereadores faz aqui em Petrolina”, afirmou.