Participação da Presidente da Associação de Moradores do N-9 – PSNC, Senhora Suiley Torres de Araújo, conforme Ofício nº 0024/2021, juntamente com os pais e alunos da Escola Estadual MN9 do N-9 – PSNC, para explicar sobre as apresentações teatrais que foram realizadas pelo Grupo Teatral Balancarte no dia 27/10/2021 – Autorizado pelo Excelentíssimo Senhor Presidente Aero Cruz.
Após a aprovação de requerimentos, indicações e projetos de Lei, os vereadores receberam na manhã desta terça-feira (10), na Câmara Municipal de Petrolina, alguns moradores do Núcleo 09 do Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho. Através do ofício encaminhado à casa, a presidente da associação de moradores da localidade, Suiley Torres, acompanhada de um pai de aluno, e o pastor da Igreja Batista e Esperança, Joilson, fez o uso da tribuna da casa para denunciar uma situação classificada como inadequada ocorrida na Escola Estadual MN9.
De acordo com os relatos, no último dia 27 de outubro, a Companhia de Artes Balancarte realizou um evento na unidade de ensino com a organização de oficinas e apresentações teatrais. Entre as peças, uma em especial chamou a atenção. Além dos participantes levantarem cartazes com os dizeres “Fora Bolsonaro”, houve uma coreografia simulando a violência contra membros da comunidade LGBTQIA+, finalizada com um dos atores enrolada na bandeira com as cores do arco-íris, bastante representativa nessa questão.
A situação incomodou alguns pais de alunos, motivando reuniões com a direção na escola. Disposta a barrar a continuidade das apresentações, custeadas através do Fundo Estadual de Cultura, a comissão formada pela liderança do N09, Everaldo (pai de aluno) e o pastor Joilson, solicitou que a Câmara de Petrolina coloque em prática as Leis aprovadas na Casa que barram debates sobre questões partidárias e de gênero nas unidades de ensino.
Entre as sugestões de providências a serem adotadas, o vereador Major Enfermeiro chegou a convocar os representantes das áreas irrigadas para percorrerem as escolas da região para evitar a repetição da apresentação alvo de polêmica.
Já Rodrigo Araújo, autor de uma das regulamentações aprovadas, houve a solicitação para ampliação da divulgação das Leis aprovadas pela Câmara Municipal de Petrolina. “Eu queria chamar atenção de nós, vereadores para que as nossas leis tivessem mais visibilidade, até na imprensa, porque muitas vezes ninguém sabe. E quando não sabe sobre a Lei, não corre atrás do órgão competente para denunciar e tomar as providências. Como aqui, por exemplo, os pais e responsáveis podem entrar com uma ação conjunta, baseada nessas duas Leis que já existem no município para que os responsáveis [pela peça] sejam punidos”, explicou.
Presente na Escola Estadual MN9 durante o evento, o vereador Gilmar Santos sugeriu que os pais debatessem com os artistas para entender a temática e superassem o mal estar causado pela representação teatral. “Eu compreendo perfeitamente, quando se trata dessa questão da população LGBT, isso tem incomodado as famílias, especialmente as católicas, evangélicas, cristãs. É um tema que requer informação da nossa parte, é importante da escuta, nós não podemos fechar os olhos para isso. Temos dentro das escolas crianças que são ou gays, ou lésbicas, ou tem identidades e orientações sexuais diversas. Essas crianças e adolescentes precisam de informação, de acompanhamento. Muitas estão deprimidas, perseguidas, descriminadas, muitas cometem suicídios”, ponderou.
Reafirmando ter sido convidada pela direção da escola para representar os pais do N09 inconformados com a peça teatral em debate na Casa, Suiley afirmou que chegou a ser ameaçada. “A diretora da escola assistiu o primeiro ato, foi tudo lindo e maravilhoso. Elas passaram uma semana organizando a escola para ficar bonito. E o segundo ato foi quando ela desmaiou, a coordenadora da escola passou mal também porque elas já sabia que os pais iam… Porque vídeos correram, é tanto que nesse dia (…) a diretora me ligou desesperada. E as ameaças foram duas, feitas por adolescentes que diziam que eu não sabia com quem eu estava lidando e questionando porque eu fui mexer nisso. Quando o professor ligou para mim eu não achei uma ameaça”, relatou, revelando ter sido procurada por um integrante do grupo artístico que defendeu a continuidade do trabalhos nas escolas das áreas irrigadas.
O Nossa Voz entrou em contato através do perfil do Instagram da Companhia Balancarte, sobre um posicionamento sobre as denúncias feitas na Câmara Municipal de Petrolina, mas ainda não obteve resposta.