Ao lado de Raquel Lyra, Priscila Krause estuda novo partido: “Quando o quadro estiver mais claro, essa decisão será tomada”

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Como já havia comunicado através de nota, Priscila Krause aponta a fusão do Democratas com o PSL a motivação para o não ingresso na União Brasil, legenda resultante da união entre os dois partidos. Militante do DEM por 27 anos, a deputada estadual considerou que o processo ocorreu de forma vertical, sem ouvir a opinião dos seus quadros políticos e lhe tirou o sentimento de “sentir-se em casa”. Ao Nossa Voz desta quarta-feira (10), Krause confessou não ter sido uma decisão fácil de ser tomada e até lamentou não contar com a opinião de Osvaldo Coelho, filiado histórico do seu antigo partido.

“Sempre foi uma das minhas referências e uma pessoa que eu sempre escutava e ia lá para o apartamento dele aqui no Recife, na Beira Rio e dessa vez não pude escutá-lo na hora de tomar essa decisão. Queria fazer esse registro. Porque essa foi uma decisão em que eu escutei várias pessoas, mas ela é uma decisão absolutamente solitária. E dessa vez, infelizmente, o dr. Osvaldo não estava entre as pessoas que eu pude escutar”.

A deputada revelou ainda que teve a esperança de que a fusão não se concretizasse. “Acabou que mesmo eu acreditando que isso não ia acontecer, aconteceu. E eu disse há tempo, e foi a única coisa que eu disse publicamente em relação a fusão, que não era o que sonhava para o meu partido, e de fato não era. Foi um processo em que eu não participei dele, não construí, não fui ouvida, fui atualizada com todo cuidado e toda consideração por parte do presidente estadual do partido, Mendonça Filho, que é meu amigo, continua sendo e a gente continua militando na mesma trincheira de oposição ao PSB, mas eu era atualizada, assim com outros parlamentares do partido”.

A exclusão nas decisões, feitas a partir da executiva nacional do DEM, tirou de Priscila Krause a familiaridade com a legenda resultando. “A partir da fusão eu parei de me sentir em casa, eu parei de me sentir à vontade. E eu digo em casa porque é onde eu estive por 27 anos, único partido que eu fiz parte, o partido em que as lideranças me acolheram, me entenderam, respeitaram o meu jeito a despeito de diferença geracional, a despeito de entendimento sobre a ideologia do partido e isso simplesmente passa não existir mais. Então, a fusão foi preponderante na minha decisão de deixar a legenda, na verdade,  a partir do momento que ela deixar de existir eu não farei parte do União Brasil”.

Questionada sobre a possível composição da vice numa chapa encabeçada por Raquel Lyra (PSDB)  e Anderson Ferreira (PL) candidato ao Senado, Krause acredita ainda não ser o momento para assumir tais posições. “Não tem um entendimento nesse sentido, a gente está respeitando todas as etapas do processo, eles [Raquel e Anderson] já iniciaram um movimento chamado Levanta Pernambuco que está andando o Estado, discutindo os problemas, ouvindo as pessoas, é um movimento de escuta. para ver de perto realidades que são relatadas. (…) Essa é uma etapa que está se cumprindo para depois falar em nomes. É ter a certeza de que estão juntos. (…) E me junto, por consequência e por enfim, uma convergência natural e anterior a esse processo, a esse movimento para andar de maneira mais tranquila, sem as amarras partidárias, pelo Estado junto com eles e depois tenho outra etapa a cumprir, a etapa do meu destino partidário”.

Novo partido

Apesar de ter a certeza da permanência na oposição ao Governo do Estado, Priscila Krause ainda não decidiu pela nova legenda na qual ingressará.

Há uma especulação em relação ao Cidadania, há uma especulação em relação ao PSDB, que inclusive é o partido de Guilherme Coelho, ex-prefeito duas vezes, ex-deputado federal, que agora está na COP 26 representando a fruticultura numa jornada muito importante, então há também essa especulação. Já criaram especulações em torno de outros partidos, mas esse caminho não está decidido. O que está definido é que continuará sendo um partido das forças de oposição. Isso é inegociável. Quando o quadro, mais para a frente, estiver mais claro, mais definido, essa decisão será tomada”.