Ainda não foi dessa vez que o tão sonhado bônus regional da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) foi aprovado. Mesmo com a luta e engajamento do grupo Univasf com Bônus, que abarca pais, alunos, comunidade acadêmica e apoio do reitor pro-tempore da instituição, durante a reunião extraordinária do Conselho Universitário (Conuni), o ponto de discussão sobre a bonificação para estudantes sertanejos foi excluído após pedido de alguns conselheiros, com a justificativa de que “não houve tempo hábil para discutir o assunto”. Por 14 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções, a discussão foi adiada para a próxima reunião no dia 26 de novembro.
Um dos docentes que solicitou a retirada da discussão do bônus regional foi o professor Jaime. Ele alegou que os conselheiros falavam por suas representações e colegiados e que não haviam tido tempo hábil para discutir o projeto. “A comissão está fazendo esse relatório há sete meses, porém, nós o recebemos há apenas uma semana, no dia 9. Nós não pensamos pela nossa cabeça, representamos um grupo, sejam os colegiados, sejam comunidade discente, docente ou de técnicos”, disse.
O discurso foi endossado pelo conselheiro Wagner Carvalho, que afirmou que não era possível votar em algo assim no “susto”. “Não é possível votar em algo que irá modificar toda a estrutura da universidade por conta de um prazo. Não dá para tomar essa decisão no “susto”, pontuou.
O reitor pro-tempore e presidente do Conuni, Paulo César Fagundes, explicou que a votação foi colocada em reunião extraordinária pois o prazo para a adesão ao SiSu 2022 e retificações devem ser feitas até a próxima sexta-feira (19). “O prazo para a aprovação do relatório feito pela comissão do bônus para que já valesse para a próxima entrada do Sisu venceria na próxima sexta-feira (19). Retirar o ponto de pauta significa dizer que, no próximo ano, a Univasf continua sem o bônus regional”, ponderou.
O encontro foi restrito aos integrantes do Conuni, mas a população pôde acompanhar através da transmissão ao vivo feita no canal da RTV Caatinga Univasf no YouTube. Diversos comentários com a hashtag #univasfcombonus foram levantados durante a reunião. Ao perceberem que muitos conselheiros estavam solicitando a exclusão do ponto, muitas pessoas se revoltaram. Isso porquê a luta pelo bônus não é nova, data pelo menos de 10 anos ou mais. “Parem de encenação, pois vocês sabem que essa luta não é nova”, comentou uma espectadora.
O grupo Univasf com Bônus, composto por pais, alunos de escolas públicas e particulares, comunidade acadêmica e instituições de ensino há muito tempo aguarda por esta bonificação que já é comum em capitais e outras cidades brasileiras. Em entrevista ao Blog Nossa Voz na última semana, o reitor pro-tempore da Univasf, Paulo César Fagundes, já havia sinalizado que era completamente a favor do bônus. “Se outras universidades já possuem, porque a Univasf vai ficar de fora? Quando a universidade foi instalada, através da luta do saudoso Osvaldo Coelho, era justamente para que o sertanejo tivesse a oportunidade de ingressar no ensino superior próximo de casa. Infelizmente,com os dados atuais,vemos que não é isso que acontece. Vem gente de outros estados que acabam tomando a vaga de alguém que mora perto e que pretende dar retorno à sua região após formado”, defendeu.
No próximo dia 26 de Novembro, a discussão sobre o bônus será novamente colocada em pauta. Porém, de toda forma, os sertanejos que sonham com o bônus regional terão que esperar para que o Conuni decida se concede ou não a bonificação, que só estará disponível em 2023.