Polêmica, eleição do STTAR continua suspensa e candidata da chapa 2 dispara: “processo tumultuado e vergonhoso”

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A polêmica em torno das eleições do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Petrolina (STTAR) continua e ainda não há nenhuma previsão de retomada ou cancelamento do pleito, iniciado no último dia 30 de novembro. Diante das denúncias de irregularidades e impugnação de urnas pela comissão eleitoral, o Nossa Voz desta terça-feira (7) recebeu a candidata da Chapa 2, Maria Joelma acompanhada pela advogada Marília Calado, para conversar sobre o processo de apuração das eleições e a expectativa do resultado, uma vez que a chapa encabeçada por Joelma estava com mais de 150 votos a frente da Chapa 1 até o momento da suspensão.

Joelma destacou diversas irregularidades desde o início do processo eleitoral. “Este processo trouxe bastante prejuízo para a classe trabalhadora, uma vez que muitos trabalhadores não conseguirem votar: uns porque o nome não estava na lista; outros porque a urna chegou fora do horário previsto em edital nas fazendas e os trabalhadores já haviam ido embora. Outros, que deveriam votar nas fazendas mas vieram fardados com o nome das empresas votar na sede do sindicato. Enfim, completamente tumultuado e vergonhoso”, explicou.

A advogada Marília Calado complementou que a impugnação não foi solicitada pela Chapa 2 e sim pela mesa apuradora da Chapa 1 e acatada pela comissão eleitoral. “A mesa apuradora da Chapa 1 pediu a impugnação de uma urna alegando que encontraram cédulas a mais na urna;em outra eles alegaram que havia rasura, só porque o mesário assinou na parte de trás da cédula. No total foram fechadas 4 urnas com alegação de irregularidades. O presidente da Mesa apuradora da Chapa 1 pediu a impugnação e a comissão eleitoral acatou, retirando a urna de apuração”, diz.

Questionada sobre a avaliação que fazia da Comissão Eleitoral no processo, Joelma afirmou que preferia que os trabalhadores tirassem suas próprias conclusões. ” Uma comissão que foi eleita pelos integrantes da Chapa 1, já começa por aí. Na Assembleia Geral, que aconteceu no Sest Senat haviam fiscais com trabalhadores de fazenda, empresários que levaram funcionários fardados, enfim, ganhou quem colocou mais gente no dia. Mandamos inúmeros ofícios, requerimentos, pedimos afastamento de funcionários que claramente tinham um lado, mas de 12 documentos enviados, só tivemos a resposta de dois”, destacou.

Joelma fez ainda mais uma denúncia, que, segundo ela, precisa ser respondida. “Na gráfica onde estavam sendo confeccionadas as cédulas eu vi o advogado da comissão eleitoral confeccionando listas. Ou será se ele mudou de profissão? É importante que eles se manifestem. Porquê ele estava ali no local? São várias interrogações que precisam ser respondidas. Desde o início não houve uma reunião com a gente, uma conversa sobre as dificuldades que a gente sabe que existe, afinal é um processo arcaico, voto no papel, nome em lista… e agora são os trabalhadores que estão no prejuízo”, pontua.

A advogada da chapa 2 informou que o interesse de seus representados sempre foi abrir as urnas. “Estamos analisando as providências que deverão ser tomadas, e o nosso interesse é de abrir as demais urnas e contar os votos. Cancelar aquelas que foram realmente encontras irregularidades, mas garantir o direito de voto do trabalhador. Pedi que fosse computado voto a voto para ver se havia duplicidade, pois muita gente das fazendas veio votar na sede, mas a comissão não acatou. Voltamos a reafirmar que não é a chapa 2 que está impedindo a abertura das urnas e sim a própria Comissão Eleitoral”, finalizou.

Resta agora esperar pelas cenas dos próximos capítulos no processo eleitoral do STTAR.

*Matéria retificada às 17:21, para troca do termo votos por listas no quinto parágrafo.