“As complicações do vírus, em si, são extremamente superiores às da vacina”, ressalta pediatra sobre vacinação contra covid 19

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Atestada com o segura pelos órgãos de controle no Brasil e em todo o mundo, a vacina pediátrica contra a covid 19 tem dividido a opinião entre pais e responsáveis legais de crianças. Alguns já buscam informações acerca de como assegurar o imunizante para seus filhos, enquanto outros contestam e lutam pela não obrigatoriedade da vacinação. Ciente disso, o Nossa Voz entrevistou nesta sexta-feira (21) o médico pediatra Mendes Júnior, que trouxe importantes dados e argumentos favoráveis à imunização vacinal. 

“Quando começou a vacinação para a covid, você observou uma queda importante no adoecimento das pessoas. Começou a vacinar idosos, que eram um grupo de risco maior. Depois que você vacinou esse grupamento, aparece [nas estatísticas] que esse vírus caminhou para o adulto jovem. Esses passaram  a adoecer mais, então, a vacina também focou neles. E você tem um percentual grande da população de quase 35%, 40%, de crianças. Que é o grupamento com maior vulnerabilidade no momento, que tem adoecimento. De 630 mil pessoas que morreram, há 0,4% de crianças que morrem. Mas quando você faz essa conta, foram 2,6 mil que morreram”, apontou. 

O pediatra lamenta a situação, pois entende que seriam óbitos evitáveis. “São mortes que poderiam ser evitadas, são anos de vidas perdidos. Então, nessa contagem de 2,6 mil crianças que morrem, elas superam todas as doenças infectocontagiosas preveníveis. Então você tem 2,6 mil crianças que morreram por covid e 1 mil crianças que morreram por outras doenças infectocontagiosas. Então, num rápido intervalo de tempo, a covid passou a ser a maior causa de óbitos em crianças, superando até as doenças crônicas como câncer em sistema neurológico, que mata muito essa faixa etária”. 

Para Dr. Mendes, os questionamentos acerca da segurança do imunizante, fabricado numa velocidade relativamente superior a outros já existentes, não se sustentam, pois pesquisas anteriores serviram como base para a vacina anti-covid.  “Se questiona que a vacina é nova e foi feita a toque de caixa, com muita celeridade. Essa informação é parcial. Porque toda a estrutura do conhecimento científico para esta vacina já havia sido trabalhada há mais de 30 anos. O estudo de vacinas com RNA mensageiro já é coisa de mais de 30 anos. Desde a experiência com Sars (síndrome respiratória aguda grave) em 2002 já houve movimento para isso”. 

Sobre as possíveis reações após a vacinação, o médico trouxe algumas orientações ressaltando ainda que são em proporções menores aos riscos de se contrair a doença. “O evento mais comum na criança é a dor local e a febre. São  eventos que ocorrem em todas as vacinas. Você vai fazer uma compressa de gelo na dor e vai fazer um analgésico. A criança está com febre, você vai fazer um antitérmico. Então, é preciso entender que toda vacina, a intenção é provocar o corpo para ele reagir. Ela vai agredir você, de diversas formas. Porém, é importante lembrar que as complicações do vírus, em si, são extremamente superiores às da vacina. Metade das pessoas com covid podem ter complicações neurológicas para a vida toda”.