“A Média móvel de casos da Covid-19 explode em Petrolina”. Foi o destacou com dados o professor e pesquisador da Facape, João Ricardo Lima, em entrevista exclusiva ao Nossa Voz desta quarta-feira (26). A relevante pesquisa mostra os avanços do vírus na cidade. O estudo tem como base os boletins epidemiológicos da Secretária Municipal de Saúde e faz uma análise comparativa entre o crescimento de confirmações da doença na cidade que, na segunda-feira (24) teve 244 novos casos, evoluindo para 517 positivos na terça-feira (25) e na quarta-feira (26) e somou 386 infectados. No total, há 1.515 confirmados entre os dias 24 e 26 de janeiro, numa estatística que o pesquisador já previa.
Dados de contágios e casos positivados
“Em um único dia, Petrolina registrou 244 novos casos. Não tivemos algo semelhante desde abril de 2021, ou seja, nunca registramos em um único dia tantos casos assim. Na última semana do ano passado, onde a situação era mais confortável, a semana inteira teve 265 casos. Depois caiu para 215, em seguida 262. Houve uma marca elevatória para 493 em uma semana. Na semana passada, foram registrados 738 e começamos esta com 244, que foram os números da Secretaria de Saúde da cidade. Possivelmente, mantendo sua média, Petrolina deve chegar a marca de mil casos em apenas uma semana”, destacou o professor da Facape, João Ricardo, antes das 517 confirmações desta quarta.
Média Móvel de casos da Covid-19 em Petrolina
“Quando se fala em média móvel em análise de dados do vírus, temos em Petrolina um exponencial elevado de 100 novos casos há 14 dias atrás. A gente trabalha nessa margem, anteriormente era uma média de 36 dias. Estamos perto de uma média de cerca de 100% nos últimos 14 dias. A perspectiva é que esse número aumente ainda mais. Comparando com O pico de casos que tivemos em março e abril de 2021, teremos mais casos neste período ainda com a variante Ômicron”, alertou.
Aglomeração
“Toda flexibilização de eventos que causam aglomeração ele é propício para a maior disseminação do vírus. Essa nova variante, a Ômicron, é bem mais contagiosa. Esses períodos de festas e férias e o relaxamento social da população sem o uso de máscaras, álcool gel e as medidas extremamente necessárias, fazem com que os casos aumentem. É difícil encontrar pessoas que não tenham se contaminando com a Covid-19 ainda e é um cenário real. […] As variáveis se conectam, quanto mais casos, mais internamentos, o que muda é o tipo de internação. Quem está indo para UTI é quem ainda não tem nenhum ciclo vacinal, que não tomou a primeira dose ou que não voltaram para tomar a segunda. O crescimento de leitos ocupados ainda é inferior. Óbitos também tem uma situação diferente. Recentemente, foi feita uma análise em que colocamos a quantidade de óbitos por mês com relação aos vacinados e é claro que as pessoas não vacinadas vinham a óbitos. Essas quantidades foram diminuindo a medida que a imunização estava completa. A população com a terceira dose, a quantidade de óbitos diminuíram. É importante se vacinar e ter todo o cronograma de imunização completo”, orientou.
Sobre a curva de declínio do vírus e a vacinação de crianças, João Ricardo contou que ainda não podemos visualizar uma realidade positiva de queda. “Essa curva, no mês de fevereiro, ainda vamos voltar a falar sobre essa situação de aumento de casos. A gente já avalia as perspectivas para o mês de março. Quanto a vacinação de crianças, nós pesquisadores não conseguimos fazer com as informações que temos. Os dados de crianças infectadas pelo coronavírus, a gente recebe somente os dados de óbitos. As crianças que se contaminaram, poderiam levar o vírus para seus familiares, mas óbitos tem casos na cidade, e a Ômicron é mais contagiosa para esse grupo infantil. Se vacinarmos esse público, pelos dados infantis, 15% da população de Petrolina está nesta faixa etária de 15 a 11 anos de idade. Se essas pessoas forem imunizadas, a gente passa de 62% para 77% da população total vacinada com as duas doses. No futuro isso vai diminuir o efeito da pandemia, por isso a importância dos pais vacinarem seus filhos”.