Neste domingo, 6 de março, Pernambuco comemora a Data Magna, a conhecida Revolução Pernambucana, um dos movimentos mais marcantes da luta dos brasileiros da colônia pela liberdade.
Há 205 anos, quando o Império português era sediado no Brasil e cerca de 15 mil membros da Corte Real se instalaram no Rio de Janeiro, o país teve a experiência de uma República por 75 dias: Pernambuco. Desafiando o controle de Portugal e buscando apoio estrangeiro para o reconhecimento do novo Estado, a revolução pernambucana foi deflagrada em 6 de março de 1817, inaugurando uma nova ordem em que ideais republicanos se misturavam a interesses conservadores das elites da região.
Na época, o território brasileiro ainda era dividido em capitanias. A de Pernambuco incluía a comarca de Alagoas e toda a margem esquerda do Rio do São Francisco, até Minas Gerais, território hoje baiano. No Rio de Janeiro, transformada em capital do país, estava a família real, que fugiu das tropas francesas em 1808.
Para criar a infraestrutura demandada pela corte no Rio de Janeiro, impostos eram cobrados das capitanias do que hoje é a região Nordeste.
Havia ainda a alta de alimentos provocada pela seca de 1816 e uma tensão constante entre portugueses e nativos– especialmente entre os militares, segundo o historiador, já que os homens de Portugal conseguiam promoções com mais facilidade.
Por outro lado, a Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos inspiravam uma elite intelectual a projetar os mesmos ideais no Brasil. Também conhecida como Revolta dos Padres, a insurreição pernambucana teve grande influência ideológica dos eclesiásticos formados no Seminário de Olinda, onde eles tinham contato com filósofos iluministas.
Liberdades de uns, escravidão de outros
Embora revolucionários tenham proclamado liberdades que ainda não existiam no Brasil, um dos pilares da formação do país se manteve intacto: a escravidão.
Tendo entre os líderes revolucionários grandes agricultores de cana-de-açúcar a algodão, financiadores da revolução pernambucana, o grupo não tocou no sistema escravagista.
Leonardo Dantas e George Cabral afirmam que havia a intenção de parte deles em fazer a abolição, mas ela não se concretizou. (Informações: Agência Brasil)
(Foto: Sumaia Vilella/Agência Brasil)