Após o Sindicado dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais (STTAR) de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) abordarem as reivindicações da classe assalariada, o programa Nossa Voz desta quinta-feira (17), recebeu o advogado Fábio Schnorr para apresentar os anseios da classe patronal.
Na entrevista de ontem (16), os presidentes do STTAR informaram que, desde as últimas reuniões, não houve avanço nas negociações. Contradizendo os representantes, o advogado informou que “houve avanços sim, foram 15 pedidos e teve a negociação de seis. Dos pedidos feitos pelos sindicatos dos produtores foram feitos oito e desses já houveram 4 negociações”.
Ele contou que o período chuvoso na região e a crise causada pela guerra na Ucrânia, está interferindo diretamente na produção do hortifruti na região. “Desde novembro está chovendo muito e essa chuva, principalmente, para quem produz a uva e manga, é muito prejudicial. Isso representa um prejuízo enorme para o produtor e a situação se repete em todos os lugares. Como não bastasse, agora enfrentamos um período de guerra, onde estamos com problemas de fertilizantes e a situação piora também, com o aumento do combustível”, contou.
Durante a entrevista, Leninha e José Manoel, questionaram alguns impasses por parte da classe patronal, como a exigência de trabalhar após as chuvas, usando a capa. Fábio Schnorr, contou que o trabalho precisa ser realizado para evitar a perda do fruto, mas que é possível ter uma negociação.
“Para as chuvas, tem algumas atividades que precisam ser feitas, principalmente com a uva, se não perde a fruta. Naquela situação, se a planta estiver um pouco molhada, as pessoas trabalharão com equipamentos de proteção individual, fornecidos pela empresa, gratuitamente. É possível negociar essa situação, é possível sensibilizar eles de que não se quer prejudicar o trabalhador”, informou o advogado.
Outra questão abordada pelo STTAR foi dos empresários receberem em dólar e em euro a fruta exportada. Fábio rebateu afirmando que a maior parte dos empreendedores não realizam a exportação e que comercializam no país. “A fruta que é produzida no Vale do São Francisco, boa parte dela é comercializada no mercado interno. Quando promovemos essa discussão a gente precisa atender todos os produtores: do pequeno ao médio, são muitos produtores com várias realidades […] É claro que existem produtores que exportam, e do mesmo jeito que aumenta o valor do dólar e do euro, tem várias matérias primas que são compradas em dólar e euro. Na medida que aumenta o valor de venda, aumenta também o custo desses produtores rurais”, contou.