Trabalhadores em educação de Juazeiro decidem prorrogar paralisação por mais 72h e depois entrar em greve por tempo indeterminado

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Os trabalhadores em educação de Juazeiro se reuniram mais uma vez em assembleia no auditório da APLB Sindicato nesta quarta-feira (16) dia marcado por paralisação nacional dos profissionais em educação. Após ouvirem todas as questões colocadas pela direção da APLB Sindicato após reunião realizada pela manhã com o governo municipal a decisão foi estender a paralisação das atividades por mais 72h e em seguida deflagrar greve por tempo indeterminado. Esse resultado reflete a insatisfação dos servidores com a gestão Suzana Ramos que se mostra inflexível quanto ao pagamento integral e linear do reajuste de 33,24% do piso nacional do magistério.

Como tem sido desde o início da luta, os trabalhadores em educação lotaram mais uma vez o auditório da APLB, mostrando que a união realmente fortalece o movimento com apoio de diversas entidades e de vereadores a exemplo de Alex Tanury, Renato Brandão, Mitu e Gledson Azevedo que têm se comprometido com a luta dos professores na busca pela garantia de seus direitos e participados das assembleias, reuniões e caminhadas.

O diretor da APLB Sindicato em Juazeiro, Gilmar Nery levou aos servidores a informação de que a gestão municipal se recusa absolutamente a pagar os 33,24% do reajuste oferecendo apenas 11% e se recusando a apresentar a folha analítica para que o sindicato tenha acesso às informações sobre os recursos disponíveis para o que é disposto em lei seja cumprido.

“Após grande caminhada realizada na última segunda-feira, com parada em frente ao Paço e também na Procuradoria do Município onde forçamos a nossa participação em uma reunião com a presença de vereadores, secretaria de educação e equipe do governo, colocamos mais uma vez a intenção da categoria em receber o reajuste integral e linear de 33,24%. Hoje participamos de uma reunião às 11h com toda a equipe da prefeitura, além de procuradores, Sinserp, ATEPAAJ e alguns vereadores. Explanamos tudo que estamos vivendo e esperamos do executivo municipal o anúncio de uma nova proposta. O procurador do município apresentou apenas 11% de reajuste de forma incisiva sem apresentar a folha analítica e, evidentemente, dissemos que a categoria não aceita”, afirmou categoricamente Gilmar Nery.

Ele ressalta que o reajuste sempre foi concedido, mas que pela primeira vez os trabalhadores em educação estão tendo que cobrar o que é garantido por lei. “Depois de todas as tentativas de conversar e se chegar ao entendimento que é imprescindível o pagamento integral e linear dos 33,24% do piso nacional do magistério e não conseguirmos nenhuma resposta positiva ou intenção concreta em fazer valer o direito dos servidores, foi decidido por unanimidade mais 72h de paralisação das atividades e em seguida entrarmos em greve por tempo indeterminado, após comunicar oficialmente à prefeitura”, completou.

Para Antônio Carlos, consultor da APLB, “o momento é muito delicado e é preciso ter cuidado. Não há como se ter uma negociação se uma das partes diz que a única proposta a ser aceita é a deles. É preciso que nos posicionemos não permitindo pagamento de reajuste menor que os 33,24%”.

Apoiando a luta dos trabalhadores em educação, Mazareth Soares, representante da ATEPAAJ (Associação dos Trabalhadores em Educação, Pensionistas, Aposentados e Ativos de Juazeiro) lembrou como é difícil negociar aquilo que nunca precisaria ser negociado por ser um direito de todos. “A maioria da ATEPAJ é formada por professores aposentados e não tem como estarmos em greve, mas estamos juntos com os professores que sairão vitoriosos”. Assim como ela o presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Juazeiro, João Pereira Régis apoia o movimento e diz que “a luta da APLB é grande e nós estamos juntos, pois o momento de se fazer a greve chegou”.

Os vereadores presentes à assembleia apoiam a decisão dos trabalhadores em educação e afirmaram que o projeto a ser apresentado pelo município não passará sem que haja discussão com os sindicatos. “Estou pronto para apoiar a decisão que for encaminhada aqui, pois é inadmissível o que vem acontecendo”, afirmou o vereador Mitu. Para o vereador Renato Brandão “não se pode deixar de lutar pelo reajuste total e o projeto não passará sem a discussão com os sindicatos”. 

Pertencendo à base do governo, o vereador Gledson Azevedo afirmou aos professores que esperava que a discussão de hoje gerasse um acordo. “Faço parte da base do governo, mas tenho mandato independente. Não recusarei apoiar a luta do professor. Irei ao governo para que eles pensem direito e não prejudiquem os estudantes com uma greve e também os professores”.

Para Alex Tanury, o momento pede a união dos vereadores contra o governo municipal. “Eles não respeitam vereador, não nos atendem, não permitem participação em reuniões nem apresentam documentos solicitados. A prefeita está querendo desvalorizar os professores e usa de prepotência impondo o que quer. Apoiamos a greve geral sim”.

Uma nova assembleia está marcada para a próxima segunda-feira (20), às 9h no auditório da APLB Sindicato e a partir daí a categoria entrará em greve por tempo indeterminado e aguardará o posicionamento do município.