Os técnicos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) irão aderir à paralisação Nacional dos Servidores Públicos Federais, desta quarta-feira (23). A categoria reivindica pela recomposição salarial de 19,99% e por melhorias na educação superior. Vanderlei Souza, professor do colegiado de Ciências Sociais, e o estudante Felipe de Oliveira, relataram ao programa Nossa Voz, desta terça-feira (22), a realidade enfrentada pelos discentes e servidores.
”A gente tem um movimento nacional de professores, servidores e técnicos, estamos na mesma situação, com perdas salariais relativas à inflação do período. No atual governo, não tivemos nenhuma reposição salarial, temos uma inflação acumulada de 19,99%, mas a perda é muito maior, está beirando os 50%”, afirmou o professor.
Ele afirmou que vem articulando com os servidores para adesão da paralisação. “ Fizemos uma assembleia e tivemos o apoio dos docentes, estamos realizando visitas ao Campi, estamos conversando com os técnicos. A gente quer construir essa adesão para deixar bem claro para o governo que nós estamos numa situação limite”, contou.
Além dos servidores e técnicos, estudantes da universidade também aderiram ao movimento em apoio às reivindicações apresentadas. “A gente acredita que a valorização dos professores também é uma valorização da universidade como um todo. Por mais que tenham uma perda primária, têm um ganho a longo prazo”, contou.
Em 2019, todo corpo que compõe a Univasf votou para a escolha do novo reitor da universidade. Eleito por maioria, o professor Télio Nobre Leite seria o novo regente da instituição. Mas, com deliberação do Ministério da Educação, foi definido que o professor Paulo César Fagundes Neves, seria o novo reitor pró-tempore da universidade. No período em que vem mantendo o seu mandato, César Fagundes, vem acumulando algumas críticas por parte dos estudantes pela precarização da Univasf.
Questionado sobre a avaliação do reitor pró-tempore durante os últimos dois anos, o estudante Felipe de Oliveira conta que os discentes estão desanimados com a forma em que a administração vem atuando, principalmente sobre a manutenção da estrutura física dos campi.
“A gente avalia como uma gestão completamente antidemocrática, que não escuta os estudantes. O reitor processou um estudante e tentou expulsá-lo por questionar uma verba que a reitoria aprovou, uma verba extra orçamentária, a universidade não tinha essa verba e foi liberado R$23 mil só em deslocamento e recentemente liberou mais R$70 mil”, disse o estudante.
O professor Vanderlei afirma que a instituição não tinha esse valor disponível para viagens de servidores, mas que de uma forma legal, o reitor conseguiu. “A Univasf vive um colapso de recursos, a educação superior não recebeu nenhum investimento desse governo , que faz gosto em nomear interventores que não foram eleitos”, contou.A assembleia presencial acontecerá às 15 horas, em frente à sede da SindUnivasf no Campus Petrolina Sede. Entre a pauta nacional pela luta do reajuste salarial, servidores e professores da instituição lutam pela valorização da educação pública, e esperam que as reivindicações sejam atendidas pelos superiores.