MP: Organização criminosa atuava no gabinete de Flávio Bolsonaro; Presidente defende filho

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(foto: reprodução internet)

Uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) sobre o senador Flávio Bolsonaro (PSL) aponta indícios de que um esquema no gabinete que o então deputado estadual pelo Rio de Janeiro tinha “clara divisão de tarefas” para desviar recursos públicos. Promotores afirmam ainda que o ex-motorista Fabrício Queiroz tentou assumir a responsabilidade sozinho “para desviar o foco”.

A revista ‘Veja’ mostrou detalhes de um relatório do MPRJ sobre indícios de lavagem de dinheiro com imóveis. O relatório foi usado pelo MP para justificar à Justiça o pedido de quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas a Flávio Bolsonaro.

De acordo com os investigadores, Flávio Bolsonaro investiu R$ 9,4 milhões na compra de 19 salas e apartamentos na Zona Sul e na Barra da Tijuca, no Rio, entre 2010 e 2017. O mesmo relatório detalha a suposta organização criminosa no mandato do então deputado. O esquema para desviar recursos públicos “era formado, desde o ano de 2007, por dezenas de integrantes do gabinete de Flávio Bolsonaro e outros assessores nomeados por ele na Alerj”.

O documento do MP cita três núcleos, com “clara divisão de tarefas” no que seria um crime de peculato – apropriação, por funcionário público, de bens alheios -, além de lavagem de dinheiro. De acordo com os promotores, há indícios de que Flávio lucrou mais de R$ 3 milhões com as negociações.

O advogado de Queiroz negou as acusações do MP. O advogado ressaltou que “no momento processual adequado” será apresentada uma lista dos assessores de quem ele recolhia dinheiro e rechaça a suspeita de que seriam fantasmas. “Isso foi baseado numa afirmação sem nenhuma base, nenhuma prova”, afirma a defesa.

Em nota, o senador Flávio Bolsonaro disse que as informações da revista “Veja” sobre seu patrimônio “não são verdadeiras as informações vazadas na revista Veja acerca de meu patrimônio. Continuo sendo vítima de seguidos e constantes vazamentos de informações contidas em processo que está em segredo de justiça”.

E o presidente Bolsonaro?

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (16) em Dallas, nos Estados Unidos, que o objetivo da quebra do sigilo de um dos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), é atingi-lo. “Querem me atingir”, respondeu Jair Bolsonaro ao ser questionado sobre o assunto.

Para o presidente, a medida é uma “ilegalidade”. Bolsonaro sugeriu que quem quiser atingi-lo vá “para cima” dele. Ele também afirmou que abre os próprios sigilos. (com informações do G1)