Após um mês, o recém-nascido João Silva, que estava internado no Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, morreu na madrugada da última terça-feira (14), conforme informou a mãe da criança, Alane Possidonio.
“Ele fez cirurgia há cinco dias, o coraçãozinho dele ficou fraco, ele não aguentou. Eu estou tranquila, apesar de tudo, porque sei que meu guerreiro lutou com todas as forças e eu fiz tudo que pude para ajudar. Ele foi descansar, Deus quis assim”, disse a mãe.
Conforme o médico Samir Nahass, coordenador da UTI Neonatal do Hospital Martagão Gesteira, o quadro do menino era grave. “Estávamos controlando a situação com medicações e suporte de terapia intensiva, após a cirurgia. Mas, durante o fim de semana, o coração dele foi ficando mais fraco. Aconteceu o que tecnicamente chamamos de choque cardiogênico, essa foi a causa da morte. Mesmo com as medicações de suporte não houve reversão do quadro”, disse o médico, por meio de nota.
Ainda de acordo com Nahass, além das deformidades das paredes torácicas e abdominais, a criança era cardiopata, o que limitou um resultado favorável no pós-operatório.
Caso
João nasceu no dia 24 de março na maternidade de Juazeiro, norte da Bahia, com uma anomalia congênita raríssima, conhecida como Pentalogia de Cantrell. A doença se manifestou com deformações que envolvem as regiões cardíaca, respiratória e intestinal do bebê. De acordo com a assessoria do Martagão Gesteira, a anomalia atinge nove a cada 1 milhão de nascidos vivos.
Diante da gravidade no estado de saúde do bebê, ele foi transferido de Juazeiro para Salvador no dia 13 de abril, em uma UTI aérea. Ele foi levado para o Martagão Gesteira, onde morreu. Conforme disse Alane, mãe de João, o enterro do bebê será em Carnaíba, distrito de Juazeiro, onde a família mora.
João passou por cirurgia na última quinta-feira (9). Por meio de nota, a assessoria do hospital em Salvador informou que apesar da complexidade, o bebê reagiu bem ao primeiro procedimento cirúrgico que separou as estruturas do tórax e do abdômen. A cirurgia durou seis horas.
Na unidade, seriam realizadas múltiplas cirurgias e elas ocorreriam por etapas. Após a separação das estruturas torácicas e abdominais, o paciente passaria por procedimentos para corrigir problemas intestinais e, por último, seria realizada a cirurgia cardíaca.
(Com informações: G1-BA).