“A gente fala de drenagem, mas também do futuro de evitar” diz promotora do Meio Ambiente, Rosane Moreira

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Nesta quarta-feira, uma audiência pública organizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), traz à tona a questão crítica da falta de sistemas de drenagem de águas pluviais na localidade. O debate, marcado para ocorrer na Fundação Nilo Coelho, localizada no Centro, terá início às 8h.

O evento contará com a presença da promotora de meio ambiente, Dra. Rosane Moreira, que tem se destacado por seu comprometimento com questões ambientais. O encontro se propõe a ser um fórum de discussão aberto e construtivo sobre a drenagem de águas pluviais na cidade, trazendo à luz os desafios e as oportunidades de enfrentamento dessa problemática.

Segundo a Promotora a audiência surge em um contexto onde a necessidade de sistemas de drenagem se torna crucial não apenas para lidar com as chuvas intensas, mas também para prevenir desastres naturais e assegurar um futuro mais seguro para a cidade. 

“A gente fala de drenagem, mas também do futuro de evitar desastres naturais. Se a gente não resolver isso agora é porque Petrolina não chove. A gente pode ter o que viu nos dois últimos anos, teve um volume maior”, destacou a promotora. 

O debate não se restringe apenas à periferia da cidade; ele abrange diversos bairros e loteamentos que foram afetados por inundações e problemas relacionados à falta de drenagem eficiente. A gestão municipal respondeu a esses desafios com a apresentação de um plano de ação, que será discutido e avaliado com a participação da população. “A gente não fala só da periferia, mas de toda a cidade. Teve gente que não conseguia chegar às suas casas. A gente tem um plano que precisa ser visto pela população, ouvir outros problemas. A população tem mais conhecimento do problema porque sofre todos os dias, o objetivo é ouvir, colher e dizer que o ministério público está atento”, pontuou Rosane. 

Durante a audiência, moradores e representantes da comunidade terão a oportunidade de expor suas preocupações e questionamentos. O morador Sérgio Honório, associado ao N1, levantou a questão das entradas do N6, N8 e N7, apontando a necessidade urgente de sistemas de drenagem para evitar problemas futuros, especialmente com a conclusão das obras nas pistas.

A promotora de meio ambiente, Dra. Rosane Moreira, respondeu aos questionamentos dos presentes, destacando a importância da drenagem não apenas nas obras em andamento, mas também em projetos futuros. Ela sublinhou a necessidade de licenças e planejamento cuidadoso para garantir que as obras sejam sustentáveis e eficazes.

“Na oportunidade ficou de fazer uma 2º reunião antes da inspeção. A gente já marcou para setembro, mas ainda não sei a data que vamos visualizar a questão da obra. Contudo, toda obra tem que ter licença, quando anuncia a obra parece que as pessoas se conformam e não continuam dando continuidade ao procedimento. Em relação a essa falta de drenagem na entrada desses núcleos que ficam alagados são situações inclusive que podem levar a audiência”, ressaltou. 

Além disso, contou o fato de uma obra que tem problema “Qualquer obra tem que ter um processo de drenagem, por exemplo, eu tenho um procedimento na Rua 30 e 29, do Loteamento Recife,  que tem aquela obra Federal que não foi pensado uma drenagem de água pluvial, está sendo pensado depois da obra,  assim não se pensou a obra”

Segundo a promotora “não adianta fazer a obra se não pensar na drenagem, no que já tá posto, Porque senão além de ter desastres naturais, a gente tá jogando dinheiro público,  porque  como fazer uma obra que é importante sem pensar numa drenagem”, esclareceu a Rosane. 

O debate se estendeu para abordar questões como o Riacho Vitória, que corta a cidade, e a conscientização sobre a gestão de resíduos sólidos. A promotora ressaltou a necessidade de revitalização do Riacho Vitória e a importância de considerar a drenagem em todos os projetos urbanos para evitar problemas ambientais e de saúde pública.

“O Riacho Vitória vai além da drenagem, que é muito importante para revitalização. Quando chove a gente percebe que a água fica na obra. Já recomendei ao município a revitalização a esse plano de drenagem de água pluvial. A gente percebe ao longo do Riacho que foram feitas construções dentro do riacho, barreiras que impedem a sua passagem, volta a dizer que o meio ambiente é vida”

Além disso, pontuou que a audiência também abre espaço para a discussão sobre a conscientização da população e a educação sobre o descarte correto de resíduos. Rafael Leôncio, do Vila Débora, trouxe à tona a preocupação com a quantidade de lixo nas vias públicas e estradas, que impacta não apenas o meio ambiente, mas também a imagem da região para os visitantes, incluindo turistas de outras partes do país.

Para a Promotora o debate vai muito além do problema do lixo nas vias urbanas “A questão do lixo é um problema também para drenagem de água pluvial, esgotamento sanitário. Contudo, eu acho que tudo começa pela educação, mas também perpassa vários outros setores, desde do comportamento da população de aguardar o dia da coleta até a reciclagem”. 

A promotora expressou sua dedicação em abordar essas questões e anunciou a realização de esforços colaborativos com diferentes setores, incluindo parcerias com a Secretaria de Infraestrutura e Secretaria de Educação, para promover a conscientização e ação eficaz.

“A gente percebe que não está reciclando nada. A gente tem feito parcerias com o município, com a secretaria de infraestrutura e educação. Começamos com algumas escolas municipais, escolares particulares para falar sobre o lixo reciclável. Estamos cobrando projetos, já conversamos com os maiores condomínios. 

Ela reforçou que a mudança começa com a educação e a sensibilização da população, destacando a importância da Lei de Resíduos Sólidos. “Enfim, é uma série de ações para fazer valer a lei de resíduos sólidos, que na verdade ela foi aprovada e dependia de uma resolução, esse prazo já foi ultrapassado, não sei se foi feito ou não, mas precisa validar essa legislação. A questão do lixo vai muito além das rodovias, vai para as ilhas também”, destacou. 

A presença e participação da comunidade, aliadas ao comprometimento das autoridades e do Ministério Público, sinalizam um passo importante em direção a soluções eficazes para os desafios ambientais enfrentados pela região.