O Pró-Reitor de ensino da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Marcelo Ribeiro, forneceu esclarecimentos cruciais em relação à decisão de cancelar um dos semestres letivos de 2024 na instituição. Durante uma entrevista exclusiva, Ribeiro destacou os principais desafios enfrentados devido ao descompasso entre o calendário acadêmico da universidade e a razão por trás da drástica medida de cancelamento.
“É o problema do descompasso do calendário acadêmico. Ele tem vários impactos administrativos para gente fazer a gestão dos sistemas da Universidade, de registro das notas e o calendário da pós, que é diferente do calendário da graduação. Inclusive, o problema da evasão e da retenção e do preenchimento de vagas. Para se ter uma ideia acabou de começar o semestre 2023.1, o estudante que passou no Sisu 2023.2 vai começar no ano que vem, ele terá que esperar nove meses para entrar na universidade”, destacou o pró-reitor de ensino.
O Reitor detalhou como a situação evoluiu ao longo do tempo, destacando que o problema se intensificou durante o período da pandemia, quando as atividades remotas se tornaram a norma. Algumas universidades conseguiram lidar com essa questão por meio de ajustes em seus calendários durante esse período. Ribeiro também compartilhou que, em certo momento, a universidade havia criado um calendário adicional, mas que não foi considerado oficialmente como um calendário letivo.
“No período da pandemia das atividades remotas e algumas universidades conseguiram corrigir o período porque tinha atividade remota, então era mais fácil lidar com essa questão de calendário. Nós optamos por criar mais um calendário naquela época. Nos criamos o 2020 e 2020.3. A ideia é criar uma espécie de uma compensação no processo de aprendizagem do aluno. No que diz respeito à compensação da aprendizagem, mas terminou criando um hiato maior uma distância maior, um descompasso maior entre o calendário”, pontuou.
Ao discutir as estratégias consideradas pela universidade para resolver esse problema, Ribeiro mencionou um debate com outras instituições próximas, como a Universidade Federal de Campina Grande e a Universidade Federal Rural de Pernambuco. Essas instituições propuseram diferentes abordagens, como trabalhar com um número reduzido de dias letivos ou optar pelo cancelamento de semestres.
No entanto, Ribeiro esclareceu que, após uma análise cuidadosa, a decisão final foi o cancelamento do semestre letivo de 2024.2. Ele explicou que essa escolha foi feita para reduzir o impacto social e minimizar os prejuízos aos alunos. Ainda assim, ele reconheceu que essa decisão não foi tomada de ânimo leve e mencionou que a universidade está comprometida em encontrar maneiras de compensar gradualmente os alunos afetados.
Marcelo também mencionou os cursos que serão afetados pelo cancelamento, explicando que seis deles não oferecerão vagas em 2024. No entanto, alguns cursos estão propondo o aumento de vagas nos anos seguintes como uma forma de compensação social.
“A gente tem seis cursos que não vão oferecer vagas em 2024. São Engenharia Agrícola Ambiental, Engenharia da Computação, Engenharia Eletrica, Medicina (Paulo Afonso), Enfermagem (Petrolina), Ciência da Computação (Salgueiro). É um pouco complexo explicar, mas principalmente os cursos de uma entrada eles têm um planejamento de turmas pares e impares, então, com o cancelamento 2024.2, a gente cancela o semestre não quer dizer que a gente vai passar um semestre sem aula, vamos trabalhar e a gente surprime 2024.2 entra 2025.1”, salientou.
Ele enfatizou a preocupação da universidade em minimizar o impacto no orçamento e explicou que a decisão foi tomada visando resolver o problema a longo prazo.
“Alguns cursos vão aumentar as vagas, pelo menos isso ameniza cursos de alta demanda. Então o impacto fica amortecido, mas aqueles cursos de alta demanda, como Medicina, a gente tem impacto no caso. Medicina de Petrolina, a gente oferece 40 vahas no primeiro semestre e 40 no segundo, suprimiu 2024.2, então só vai ter uma entrada. A gente não consegue aumentar muito o número de vagas, sobraram 40, a gente não aumenta porque falta estrutura. Você não tem, por exemplo, uma sala que vai comportar 70 alunos. Eles propuseram na reunião do colegiado um aumento de 10%, ou seja, ao invés de 40, ser 44. É que se mantenha uma oferta até compensar essas vagas perdidas”, explicou o pró-reitor.
Oferta de vagas por curso para 2024:
CAMPUS CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Oferta de 50 vagas em 2024.1
ENGENHARIA AGRONÔMICA
Oferta de 40 vagas em 2024.1
MEDICINA VETERINÁRIA
Oferta de 50 vagas em 2024.1
ZOOTECNIA
Oferta de 50 vagas em 2024.1
CAMPUS JUAZEIRO
CIÊNCIAS SOCIAIS (LICENCIATURA)
Oferta de 40 vagas em 2024.1
CIÊNCIAS SOCIAIS (BACHARELADO)
Oferta de 40 vagas em 2024.1
ARTES
Oferta de 40 vagas em 2024.1
ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL
Não irá ofertar vagas em 2024.1
ENGENHARIA CIVIL
Ofertar 50 vagas para 2024.1.
ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO
Não irá ofertar vagas em 2024.1
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (Juazeiro)
Oferta de 50 vagas em 2024.1
ENGENHARIA ELÉTRICA
Não irá ofertar vagas em 2024.1
ENGENHARIA MECÂNICA
Oferta de 50 vagas em 2024.1
CAMPUS PAULO AFONSO
MEDICINA
Não irá ofertar vagas em 2024.1
CAMPUS PETROLINA – SEDE
EDUCAÇÃO FÍSICA
Oferta de 45 vagas em 2024.1
ADMINISTRAÇÃO
Oferta de 60 vagas em 2024.1
ENFERMAGEM
Não irá ofertar vagas em 2024.1
FARMÁCIA
Oferta de 40 vagas em 2024.1
MEDICINA
Oferta de 44 vagas em 2024.1
PSICOLOGIA
Oferta de 50 vagas em 2024.1
CAMPUS SALGUEIRO
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
Não ofertar vagas em 2024.1
ENGENHARIA DA PRODUÇÃO
Oferta de 40 vagas em 2024.1
CAMPUS SENHOR DO BONFIM
CIÊNCIAS DA NATUREZA
Oferta de 50 vagas em 2024.1
ECOLOGIA
Oferta de 40 vagas em 2024.1
GEOGRAFIA
Oferta de 40 vagas em 2024.1
CAMPUS SERRA DA CAPIVARA
ANTROPOLOGIA
Oferta de 40 vagas em 2024.1
ARQUEOLOGIA E PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL
Oferta de 40 vagas em 2024.1
CIÊNCIAS DA NATUREZA
Oferta de 30 vagas em 2024.1
LICENCIATURA EM QUÍMICA
Oferta de 40 vagas em 2024.1