Foto: Luiz Ricardo
Demora para realizar a supervisão de setores finalizados, atraso no pagamento da ajuda de custo, falta de informações sobre a remuneração e insegurança no trabalho. São reclamações dos recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Petrolina.
“Minha reclamação enquanto recenseadora é a questão da transparência. O IBGE colocou a gente em campo dia 1º de agosto e quando veio a ajuda de custo de transporte já estava finalizando a segunda semana. A supervisão também deixa a desejar. Já faz duas semanas que fechei o meu setor. No meu caso, falta o pagamento do meu primeiro setor. A pessoa desempregada tirar do bolso para ir trabalhar para não ter certeza de quando vai receber”, afirmou Sandra Freire da Silva, em entrevista ao programa Nossa Voz nesta terça-feira (30).
“Tinha que pegar mototáxi ou Uber. Trabalhava de 08h às 16h e ia pra casa. Ficava direto sem almoçar para não precisar voltar em casa. Levava água e biscoito pro trabalho. Tem muita gente fazendo isso. Tem muita gente tomando dinheiro emprestado para trabalhar”, contou a recenseadora.
Sandra relatou também a insegurança que os recenseadores enfrentam. “Tem morador que já fez ameça a colegas meus, que continuam, mesmo correndo risco. Teve gente que já sofreu assédio”, disse.
“Inventei de fazer esse concurso só pra ter prejuízo. O Brasil todo está reclamando. É uma humilhação eu tá lá exigindo algo que eu trabalhei, de porta em porta, de sol em sol, a gente faz o nosso trabalho, mas eles têm que fazer a parte deles”, reivindica Sandra.
Uma mobilização para reivindicar os direitos dos recenseadores será realizada nesta quinta-feira (01) às 9h na Orla de Petrolina.
Em nota, a assessoria de comunicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que informou:
“Desde as inscrições do processo seletivo, está disponível o simulador que faz a estimativa de remuneração do recenseador (https://censo2022.ibge.gov.br/trabalhe-no-censo/estimativa-de-remuneracao.html). No mesmo endereço é possível verificar os valores individualizados de cada item que compõe a remuneração dos recenseadores, sendo estas informações públicas.
Em relação aos possíveis citados atrasos de pagamento, o IBGE informa que é necessário cumprir os normativos e prazos legais, de amplo conhecimento das equipes. Os atrasos são questões pontuais, em maioria relacionados ao primeiro pagamento por problemas de cadastro dos recenseadores, mas já solucionados.
Para alcançar o êxito da pesquisa censitária é possível, após receber o recenseador no domicílio, optar por um melhor horário ou dia para responder, como também realizar a pesquisa por telefone ou pela internet. Contamos com a colaboração da população para melhor receber o recenseador e de toda a mídia no apoio a divulgação e conscientização da pesquisa”.
Naiara Soares