A razão e presença da UNIVASF em solo sertanejo

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(Fotos: Arquivo/Divulgação)

A luta incansável de Osvaldo Coelho pela implantação da Universidade Federal do Vale do São Francisco foi relembrada pelo radialista Marcelo Damasceno. Dono de uma das mentes mais brilhantes da imprensa regional, Marcelo rememorou em um artigo, episódios e fatos que marcaram essa odisseia na defesa pela qualificação dos jovens sertanejos.

A publicação feita pelo radialista foi alvo de intensos elogios de familiares e admiradores de Osvaldo Coelho. A filha caçula do eterno deputado, a diretora das Rádios Afiliadas do Sistema Grande Rio de Comunicação, Ana Amélia Lemos, assim comentou após a leitura. “Marcelo Damasceno é sempre justo com os fatos. Testemunhou a peleja incansável de papai pela Univasf. Admiro constantemente o seu texto: É corajoso, fiel as suas convicções, a verdade em si e as experiências por ele vividas. Suas homenagens a papai muito me sensibilizam. Os sonhos e realizações de Osvaldo Coelho, hoje são nossas conquistas, que abarcarão inúmeras gerações futuras. E Petrolina, antes distrito de Santa Maria da Boa Vista, seguirá garantindo prosperidade aos seus e aos que a escolheram como local para viver. Afinal, o conhecimento liberta e dignifica o ser humano.
Papai dizia: “As pessoas só reconhecerão a magnitude das minhas ações, após a minha partida”. Mais uma vez ele estava certo, homem sábio. Sentirei sua falta, todos dias da minha vida”.

Acompanhe o artigo de Marcelo Damasceno na íntegra:

“O tijolo ficou em cima do muro tucano da indecisão, insegurança e medo de ver essa gente nordestina consolidar igualdade em tudo. O medo do PSDB paulistano sucumbiu à ousadia de Lula, conterrâneo de seca e desvalorização, como Osvaldo denunciara na tribuna que às vezes fica muda como agora. Lula mandou mexer a argamassa. No governo do ministro Paulo Renato, isso na era FHC (1998 a 2002), que entrevistei duas vezes, o testemunho meu da ansiedade e grito do deputado Osvaldo Coelho com quem fui a Brasília. E com quem peregrinei na Comissão de Educação em 1988. Tenho registros fotográficos. E o governo era José Sarney.

Osvaldo enfrentou o corporativismo estatal de interesse elitista hermeticamente fechado. Fui à Brasília e Recife a convite do deputado Osvaldo, como repórter e neófito da Universidade. Osvaldo foi confidente e obstinado defensor da qualificação humana para credenciar nosso ambiente do agronegócio. Inconformado com o pedantismo imbecil de doutores da redoma ignorante e insensível. O presidente Fernando Henrique Cardoso me concedeu valorosos 27 minutos numa coletiva em 1998 na rádio Voluntários da Pátria de Ouricuri, Pernambuco, respondendo uma única pergunta sobre distribuição da renda nacional. Lógico, isso incluía os pedreiros e serventes para verticalizar a UNIVASF. O cimento e areia só foram descarregados na gestão de Lula após 2003. Formei três filhos na UNIVASF, sem pânico de grana nem distância.

Eu mencionei isso várias vezes para doutor Osvaldo Coelho e uma vez na entrevista com Lula presidente. Dilma Roussef também tratou disso em entrevista comigo. Os registros estão na Emissora Rural. Podem solicitar. Era o ano 2010. Osvaldo Coelho era conservador e coerente com a doutrina direitista, comungando o liberalismo yuppie de Washington, no que divergíamos politicamente. Mas unificávamos a guerra pela igualdade científica e capacitação tecnológica para as cidades e perímetros irrigados, consensuais e sensatos.

Osvaldo foi ironizado e sacaneado por comissários litorâneos e intelectuais da praia idiota. Foi inglória muita enfrentada por Osvaldo a quebrar protocolos infindáveis e preguiçosos. Osvaldo detestava a incerteza. Exigia sempre um bloco de anotação, uma caneta ao alcance do bolso. Sua jornada de trabalho eliminou muitos negligentes e inconstantes no trato com o expediente que iniciava 05 horas da manhã e encerrava com o apito do vigia noturno. Meia noite. Essa UNIVASF custou- lhe atrofias no corpo mas lhe rende glória da fisiologia emocional que se prolonga e transfere por hereditariedade e ciência.

Não consultei biblioteca ao escrever isto, armazenei esses cromossomos no córtex da necessidade. Guardei pra não ser derrotado pela máquina dos néscios. Osvaldo Coelho é a medula dessas ferramentas que credenciam Petrolina em ser competitiva de tudo como Recife ou São Paulo. Salvamos a juventude da senzala e pelourinho dos opressores capitais. A UNIVASF para sempre emancipou um povo libertário. Desde a tenacidade da direita à pretensão libertária do proletariado, organizado na adversidade estendida a Lula por uma república de constitucionalistas da desgraça alheia. A UNIVASF é nossa”.