A Polícia Federal (PF) chamou o ex-corregedor da Receita Federal José Pereira de Barros Neto para prestar depoimento na quinta-feira (8) em Brasília. Barros Neto será ouvido como testemunha no caso “Abin paralela”.
Segundo as investigações, o servidor foi um dos responsáveis pelo relatório fiscal que deu origem à investigação que apurou denúncias de “rachadinha” de Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente.
A apuração da Receita não foi para frente e por isso, os investigadores querem saber se Barros Neto sofreu pressão política.
A PF já tinha tentado marcar a oitiva com o ex-corregedor por videoconferência, mas a pedido da própria defesa, o depoimento será feito presencialmente.
Na condição de testemunha, Barros Neto assume o compromisso de dizer a verdade.
Além de Barros Neto, a PF intimou o ex-secretário da Receita Federal José Barroso Tostes Neto, em 29 de julho. Ele não compareceu ao depoimento ao qual era obrigado e não deu justificativa.
Tostes Neto é investigado nessa apuração. A PF quer apurar se houve desdobramentos práticos da reunião entre integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e advogadas de Flávio Bolsonaro para impedir as investigações sobre as denúncias de “rachadinhas”.
Um áudio da reunião foi encontrado pelos investigadores em equipamentos eletrônicos apreendidos com o ex-diretor geral da Abin, Alexandre Ramagem. A gravação foi revelada após a retirada do sigilo da perícia pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Flávio Bolsonaro e Ramagem negam qualquer uso de estruturas do governo para barrar a investigação.