O corpo da cantora Preta Gil será velado em cerimônia aberta ao público nesta sexta-feira (25), das 9h às 13h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Em seguida, haverá um cortejo pelas ruas do Centro da cidade, passando pelo circuito de megablocos de carnaval que, nesta semana, recebeu o nome da artista em homenagem póstuma.
Preta Gil morreu no último domingo (20), aos 50 anos, em Nova York, após um longo tratamento contra um câncer no intestino. Ela passou mal a caminho do aeroporto, quando se preparava para retornar ao Brasil.
Após o velório, o corpo será levado em carro aberto para a capela ecumênica do Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju, onde haverá uma cerimônia restrita à família e amigos próximos, prevista para acontecer entre 15h e 17h. A cremação ocorrerá em seguida.
Preta, um ícone
Preta Gil foi uma das maiores defensoras do carnaval de rua carioca e comandava desde 2010 o Bloco da Preta, um dos mais populares da cidade. Em 2017, ela conseguiu arrastar mais de 500 mil foliões pelas ruas do Centro do Rio com uma homenagem a Chacrinha. O circuito de megablocos que leva agora seu nome será, simbolicamente, parte do caminho do adeus à artista.
“É o momento ápice do meu ano. Trabalho o ano inteiro, faço mil atividades, mas o meu grande ‘xodó’ é o Bloco da Preta. Nele deposito muito da minha energia. O ano inteiro de planejamento, reuniões. É um momento muito especial, onde eu fico muito grata a Deus, aos meus fãs”, disse ao g1.
Filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso, afilhada de Gal Costa, Preta Gil deixou a carreira de produtora e publicitária e decidiu pela carreira de cantora aos 29 anos, quando lançou seu primeiro álbum. “Prêt-à Porter” traz o hit “Sinais de Fogo”, uma composição de Ana Carolina feita especialmente para a amiga Preta. Além disso, o disco recebeu críticas por ter a cantora nua na capa.
“Eu lembro que fui mostrar para o meu pai e ele falou: ‘Desnecessário, Preta’. Aquilo foi uma confusão na minha cabeça. Mas meu pai é um sábio. Ele sabia exatamente o que eu ia passar depois. Eu lancei o disco achando que estava abafando, mas veio uma enxurrada de muitas críticas na época. De muito conservadorismo”, disse Preta em entrevista a Pedro Bial.
Fonte: G1