Após a entrevista da candidata a chapa 2 à presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Petrolina (STTAR), Maria Joelma, e da advogada Marília Calado, que classificou a atuação da comissão eleitoral como “omissa”, o Nossa Voz desta quinta-feira (09) contou com a participação do presidente da Comissão, Nilberto dos Santos e o advogado Dácio Martins para explicar sua versão dos fatos, além de falar sore o futuro da eleição, que segue suspensa.
O advogado inicialmente explicou sobre a escolha da comissão eleitoral, formada por três trabalhadores rurais e votada em assembleia ocorrida no dia 30 de Outubro. ” A escolha foi feita em assembleia geral, onde são convocados os associados e eles elegem uma comissão e aprovam o regimento da eleição posterior. Foi feita em formato híbrido, com 282 pessoas participando presencialmente e apenas 19 de modo remoto. Tenho a ata aqui com a assinatura da participação da senhora Maria Joelma, que inclusive é diretora financeira do sindicato. Não houve nenhuma objeção por parte dela, a comissão e o regimento foram aprovados na íntegra. Esta comissão saiu da vontade livre dos associados que ali estavam, não foi eleita por nenhuma chapa”,explicou.
Um dos primeiros trabalhos, após formada a comissão, é o levantamento de pessoas aptas a votar no pleito, através das listas daqueles que estão com os pagamentos em dias. “Quem deveria ter em mãos essas informações, inclusive com relatórios trimestrais, é a gestão financeira da entidade, no caso, representada por Joelma. Sabe quantos relatórios a comissão encontrou desses quatro anos de gestão? Nenhum. Então, a comissão requisitou dois funcionários para auxiliar com esses dados. De um lado, Cleiton Alves, supervisor de cobranças, lotado na Diretoria Financeira e Ricardo dos Anjos, que faz parte da área de organização sindical. Ocorre que a candidata da chapa 2 entrou com um requerimento solicitando o afastamento do Sr. Cleiton, afirmando que o mesmo tem opção declarada de voto. Fizemos um parecer avaliando que a requerente não tinha provas da parcialidade do funcionário”, diz.
Dácio disse ainda que Joelma entrou com uma ação no Ministério Público do Trabalho solicitando o afastamento do funcionário e a procuradoria emitiu um parecer que o advogado apresentou em primeira mão ao Nossa Voz. “A procuradora do MPT também afirmou que não havia sido entregue nada que provasse a parcialidade do Sr. Cleiton e que o mesmo era fundamental para o levantamento dos associados aptos, uma vez que ele tinha acesso às listas de adimplentes”, pontuou.
Ainda de acordo com Martins, Maria Joelma cometeu uma grande leviandade quando colocou sob suspeita a presença do advogado na gráfica onde estavam sendo confeccionadas as listas de associados. “Como o setor financeiro, dirigido por ela, não passou nenhuma lista, a comissão passou a expedir ofícios nas empresas e fazendas, solicitando os descontos realizados nas folhas de pagamento de cada trabalhador. Durante este esforço, fui chamado para dar apoio jurídico à comissão, por isso eu estava na gráfica, onde estive diversas vezes à luz do dia. No dia 19 de Novembro encaminhamos às duas chapas uma lista com 149 folhas onde haviam 6.230 nomes. Tenho aqui o recebido dela. Informamos que as chapas teriam até o dia 23 para impugnar o que achasse de direito . Passados esses quatro dias, recebemos listas suplementares, totalizando 7.298 pessoas e ela tinha conhecimento de tudo isso”, destacou.
A afirmação da Sra. Joelma, de que não foi consultada ou ainda informada sobre nada do processo também foi confrontada pelo advogado. “Como ela diz aqui na rádio que nunca foi procurada ou consultada se tá aqui uma ata assinada por ela? No dia 12 de novembro, antes do envio das listas prévias, nós fizemos uma reunião, ela solicitou que a comissão entregasse as listas eventualmente já recebidas, ela e Leninha receberam. Então, é muito triste ver que ela falou do trabalho da comissão, sendo que estas pessoas que foram escolhidas são trabalhadores que estão saindo de seus postos de serviço para auxiliar na eleição”, afirmou.
O representante jurídico da comissão informou ainda que a solicitação para impugnação de urnas partiu da Chapa 2. “Este documento, em que a advogada deles solicita a impugnação de três urnas, é público, como qualquer outro documento relativo à eleição. Com a lacração das três urnas, solicitada pela Chapa 2, a Comissão, em consequência, decidiu suspender a apuração, pois não seria possível continuar o trabalho. Inclusive quero deixar claro que as urnas são levadas para as fazendas por dois mesários indicados por cada chapa. Enfim, na próxima semana creio que já teremos uma definição do que será feito e quando haverá a reabertura dos votos”, finalizou.