Atento as colocações do ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, sobre um suposto plano da Câmara Municipal para reprovar suas contas, o líder do governo, Aero Cruz, negou a existência de tal articulação. O vereador assegurou que há motivos legais para rejeição, apesar do Tribunal de Contas do Estado aprovar com ressalvas. Mas isso não seria motivo para tornar o ex-gestor inelegível em ano eleitoral.
“O que a gente tá vendo é ele querendo aparecer de alguma forma. Não estou dizendo que isso vai acontecer, mas faça o seguinte: Se candidate Júlio Lóssio que eu, como líder do governo, vou articular dentro da Câmara e nós não vamos colocar suas contas para serem votadas. E olhe lá o que estou dizendo, eu fui o relator e ele não passou o valor real para a educação, não aplicou os 25% e repassou a mais o duodécimo. Isso é cabível a cassação”, classificou.
De acordo com Aero, Lóssio precisa se submeter ao julgamento das urnas. “Eu quero dizer aqui como líder do governo, faça isso Júlio Lóssio, vá para as urnas, dispute com o prefeito Miguel Coelho. Pergunte a população de Petrolina se ela lhe quer de volta. Você está se fazendo de vítima, dizendo que nós estamos lhe esperando com o gatilho para apontar em sua direção. Eu vou articular com os colegas vereadores, nós não vamos colocar contas de Júlio. Temos contas dele, de Odacy e outras para colocar. Não venha com desculpas. Sabe porque você não vai? Porque não tem voto”.
Em suma, Aero negou o uso da análise de contas para intimidar candidatos da oposição. “Não vamos colocar a dele e a de ninguém. Porque se tiver que ganhar será nas urnas, para ele não ter mais essa desculpa de ‘eu não vou porque os vereadores vão me cassar’”, ironizou.
Apreciação das contas
A Câmara Municipal de Petrolina avançou, em novembro de 2017, na analise das contas de Júlio Lóssio, do exercício de 2010, com base em parecer do MPCO pela rejeição das mesmas. O relator da comissão de finanças na época era Aero Cruz, que também recomendou a rejeição. Porém, no parecer geral, o TCE aprovou o mesmo relatório com ressalvas.
Para que as contas de Lóssio sejam rejeitadas, dois terços dos vereadores precisam votar contra ele. Dos 23 membros da Casa Vereador Plínio Amorim, 16 são da base do prefeito Miguel Coelho.