A Agência Municipal de Vigilância Sanitária (AMVS) de Petrolina está reforçando o alerta à população e aos estabelecimentos comerciais sobre a proibição da venda, uso, aluguel e até doação de câmeras de bronzeamento artificial com fins estéticos. A medida segue determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em vigor desde 2009.
Para esclarecer mais detalhes sobre a decisão e os riscos dessa prática, o Programa Nossa Voz conversou com a diretora de Fiscalização Sanitária de Petrolina, Lorena Andrade.
“Na realidade, a proibição do bronzeamento artificial é desde 2009. A Anvisa proibiu o uso desse tipo de bronzeamento justamente por não existir uma dose segura para a emissão dos raios ultravioleta. Desde então, é proibido o uso, a venda, o aluguel e até a doação dessas câmeras. Não é algo novo, já são 17 anos de proibição no Brasil”, destacou Lorena.
A diretora lembrou que, recentemente, a Anvisa também proibiu a comercialização de lâmpadas utilizadas nas câmeras de bronzeamento. Segundo ela, a medida é necessária porque o procedimento aumenta significativamente o risco de câncer de pele, especialmente o melanoma, considerado o tipo mais grave e letal da doença.
“Pessoas que realizam bronzeamento artificial antes dos 35 anos têm até 75% de chance de desenvolver a forma mais grave do câncer de pele. Infelizmente, a grande maioria da população desconhece essa informação, por isso o nosso objetivo é reforçar esse alerta”, explicou.
Mesmo com a proibição, a Vigilância Sanitária de Petrolina ainda recebe denúncias sobre locais que oferecem o serviço de forma clandestina. Lorena afirmou que a fiscalização é contínua, mas reforçou a importância da colaboração popular.
“A gente faz fiscalizações em clínicas estéticas, mas essa prática é clandestina. O marketing geralmente acontece dentro do próprio local. Por isso, pedimos que a população nos ajude com informações. Se souberem de algum estabelecimento que realiza o bronzeamento, podem denunciar de forma anônima. Assim que recebemos a denúncia, enviamos nossa equipe para averiguar e aplicar as medidas cabíveis”, afirmou.
A diretora alertou ainda sobre a propagação de informações falsas nas redes sociais e em clínicas que tentam vender o procedimento como seguro.
“Alguns locais dizem que é o mesmo tipo de radiação usada na fototerapia para tratar vitiligo ou psoríase, mas isso é falso. A radiação usada nesses tratamentos não causa câncer de pele. Já a radiação ultravioleta das câmeras de bronzeamento é extremamente perigosa”, reforçou.
Como alternativa estética, Lorena recomenda o uso de autobronzeadores, disponíveis em farmácias e lojas de cosméticos, além de seguir as orientações da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que recomenda a exposição solar antes das 10h e após as 16h, períodos considerados mais seguros.
A população que identificar locais oferecendo o bronzeamento artificial pode fazer denúncias anônimas pelo telefone (87) 98844-2540.
“Essa não é uma opinião pessoal nem municipal. É uma orientação baseada em ciência e lei. A saúde deve estar sempre em primeiro lugar. Quanto mais a população souber dos riscos e nos ajudar com informações, mais protegida ela estará”, finalizou Lorena Andrade.
O alerta reforça a importância da conscientização e da responsabilidade coletiva na prevenção de práticas que colocam a saúde em risco. Em Petrolina, a Vigilância Sanitária segue à disposição para esclarecer dúvidas e receber denúncias.
