Agricultores Familiares ocupam comporta do canal secundário do Projeto Pontal

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Dezenas de agricultores familiares do Pontal Central ocuparam neste domingo a comporta do canal secundário no Pontal Sul, em uma ação de protesto contra o que descrevem como negligência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF). Na manhã da segunda-feira (19), agricultores do Pontal Central estiveram na Codevasf, em Petrolina para solicitar a disponibilização de mais água para atender a demanda dos quase 500 agricultores familiares que produzem no local. A ocupação é um reflexo da insatisfação crescente entre os trabalhadores rurais, que reivindicam segurança hídrica para garantir a continuidade de suas atividades agrícolas.

Reginaldo Alencar, agricultor e presidente do Conselho de Usuários do Projeto Pontal (Consu-Pontal), explicou as motivações por trás da ocupação. “Somos 452 agricultores familiares, estamos irrigando mais de 750 hectares, geramos mais de 800 empregos diretos. Mesmo com todos esses impulsos na economia de Petrolina, estamos sendo massacrados pela CODEVASF. A única oportunidade que queremos é segurança hídrica para continuarmos gerando empregos e renda”, afirmou.

Essa não é a primeira vez que os agricultores recorrem a essa forma de protesto. Em outubro de 2023, o mesmo grupo ocupou a mesma comporta por 41 dias, também em busca de uma solução para o problema da escassez hídrica. Apesar das promessas de melhorias, os agricultores relatam que as dificuldades persistem, ameaçando a viabilidade de suas plantações e, consequentemente, a economia local.

Os agricultores destacam que a irrigação é essencial para a produção agrícola no Pontal, uma área de grande relevância para o setor rural de Petrolina. A falta de segurança hídrica coloca em risco não apenas as lavouras, mas também os empregos e a renda de centenas de famílias que dependem dessa atividade.

A CODEVASF ainda se pronunciou sobre a ocupação, informando que “A Codevasf é sensível às necessidades dos agricultores e das comunidades locais e tem mantido diálogo permanente com outras instituições de governo em busca de soluções para o projeto”.

A ocupação segue por tempo indeterminado, enquanto os agricultores aguardam uma resposta das autoridades competentes.