A Agrovale, maior empresa produtora de açúcar, etanol e bioeletricidade da Bahia, já está emitindo e comercializando os créditos de descarbonização, os CBIOs. A certificação de produção e importação eficiente de biocombustíveis – Renovabio, foi aprovada desde novembro do ano passado e estabelece uma meta de descarbonização de 11% até 2029.
Em dia com a nova política nacional de biocombustíveis do País, a empresa objetiva reduzir as emissões de CO2 por meio do aumento da capacidade de produção de biocombustíveis, no caso o etanol. Na última safra a Agrovale produziu 67 milhões de litros desse combustível.
De acordo com a coordenadora de Meio Ambiente da empresa, Thaisi Tavares, o Renovabio contribui com uma melhor relação de eficiência energética e de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na produção, comercialização e uso de biocombustíveis.”Todos nossos processos já foram adequados a esta nova realidade, inclusive com relação a preservação da vegetação nativa, para inventariar a quantidade de CO2 emitido em todo processo produtivo, isso inclui desde a preparação do solo para plantação de cana-de-açúcar, até a emissão pelos automóveis do empreendimento”, ressaltou. O Renovabio quantifica quantos litros de biocombustível deve ser vendido para reduzir uma tonelada de carbono emitida por combustíveis fósseis.
A coordenadora enfatizou ainda que estudos recentes revelam que a queima da palha equivale à emissão de 9 kg de CO2 por tonelada de cana, enquanto a fotossíntese da cana retira da atmosfera cerca de 15 toneladas por hectare de CO2. “Assim, a cultura da cana-de-açúcar mostra-se extremamente eficiente na fixação de carbono, apresentando um balanço altamente positivo, já que absorve muito mais carbono do que libera na atmosfera por ocasião da queima controlada”, concluiu.
O mercado de créditos de carbono começou principalmente a partir dos efeitos do Protocolo de Quioto, acordo internacional assinado no final dos anos 1990 e em vigor desde 2005, que determinou uma série de compromissos pela redução da emissão de gases poluentes.O mercado é uma opção rentável para um dos problemas mais graves do mundo contemporâneo – e só no Brasil, país que ocupa a terceira posição em participação nesse mercado, 268 projetos representam 5% do total mundial.