Durante entrevista concedida ao programa Nossa Voz nesta terça-feira (8), o gerente da Compesa, Alex Chaves, detalhou as ações da companhia no município, com destaque para a conclusão da adutora do Pedra Linda, que promete melhorar o abastecimento de mais de 25 mil pessoas. Chaves também respondeu às críticas sobre a constante falta de água em bairros populosos e sobre os esgotos estourados em diversas áreas da cidade.
A nova adutora do Pedra Linda, segundo o gerente, foi finalizada antes do prazo previsto, em 25 de fevereiro, e segue atualmente em fase de ajustes de vazão.
“Os bairros beneficiados hoje diretamente já tá o Novo Tempo, o Pedra Linda, Vale Dourado e o caminho da universidade, que é aquela pontinha ali do João de Deus, que era muito problemático realmente, de falta d’água. Desde o início das casas lá quando foram plantadas, sempre foi problemático. Então é algo que foi resolvido, e a gente já tá operando bem”.
Chaves reconheceu, no entanto, que com o aumento da vazão, antigos problemas estruturais na rede começaram a surgir.
‘A gente ainda tá naquela fase de ajustes de rede, porque no momento que a gente coloca mais água, começa a evidenciar os grandes problemas da redistribuição. Seja porque foi implantado durante a construção dessas residências por construtora de rede inadequada, seja pela idade da tubulação ou interligações que possam ter sido feitas aí no passado”.
Marco do Saneamento e parcerias público-privadas
O gerente também comentou sobre as mudanças no cenário nacional trazidas pelo novo Marco do Saneamento, que prevê universalização do abastecimento e esgotamento sanitário até 2033.
‘Praticamente todos os estados estão fazendo ou privatização, ou concessão, ou parceria público-privada. Pernambuco não está sendo diferente. Em janeiro houve aqui uma audiência pública […] você pode entrar no site da Secretaria de Recursos Hídricos, você vai ver o que fala um pouco dessa participação do privado em parte da distribuição de água e da coleta de esgoto”.
Sobre as reclamações da população
Ao ser questionado sobre queixas de moradores relacionadas à falta d’água e extravasamento de esgoto na Avenida do Nordeste, Chaves pediu cautela.
“É bom ver do que se trata de fato, porque tem uma parte ali que é de drenagem. Inclusive recentemente a gente tem feito trabalhos em parceria com a prefeitura, inclusive com a AMA. Já fizemos visitas em locais problemáticos e a Avenida do Nordeste vai ser um deles”.
Em relação às diferentes percepções da população sobre a melhora ou não no abastecimento após o anúncio da adutora do Pedra Linda, ele explicou:
“São águas diferentes. São caminhos e pontos diferentes. A do João de Deus é do sistema Vitória. E essa água que tá indo para o Pedra Linda é daqui da Etracentro, de uma rede que foi implantada para abastecer a Univasf. É uma adutora longa. Ano passado a gente colocou uma estação elevatória, reativou o reservatório do Quati. Ela sai do centro, de uma adutora totalmente independente, não tem nada a ver com a Eta Vitória. A água que antes abastecia o Pedra Linda acabava impactando diretamente nesse trecho do lado da estrada da Banana. A gente tá em fase de interligação também com um serviço pendente ali na estrada, o que é complicado devido ao fluxo de veículos, mas vai melhorar bastante com esse incremento de mais água naquele setor”.
Expansão e desafios do esgotamento sanitário
Sobre áreas como o Jardim Petrópolis, que há anos aguardam melhorias no sistema de esgoto, Alex Chaves afirmou:
“É algo que faz parte do plano de expansão. Isso tá dentro do pacote de concessão. Chegar a 100% de cobertura do sistema de esgotamento sanitário. Para aqueles casos que a gente ainda vê que pode estar fazendo pequenas expansões, ainda temos essa capacidade dentro de contratos nossos. Mas essas que precisam de grandes expansões fazem parte do pacote de concessão”.
Resposta à multa da Prefeitura de Petrolina
A entrevista também abordou a multa de mais de R$ 41 mil aplicada pela Prefeitura de Petrolina à Compesa por omissão de informações e falhas operacionais.
“A gente responde juridicamente. Agora a gente possui uma microrregião de saneamento, essa micro é uma autarquia. Então tudo que possa responder fora tem que passar por dentro dessa coisa da microrregião. Burocratizou em termos de informações. Ficou mais difícil ainda da informação chegar. Mas nada impede da gente fazer pressões para que essa velocidade aumente. Eu particularmente tenho cobrado esse processo de comunicação, não só com as prefeituras, mas também com as instituições que nos fiscalizam, como o Ministério Público, CPRH e tantos outros. Hoje a autarquia é quem é responsável pela gestão do saneamento no estado”, concluiu Alex.