Em entrevista à Rádio Grande Rio FM nesta quarta-feira (27), o gerente regional da Compesa, Alexsandro Chaves, destacou sobre a ações da companhia em Petrolina e também abordou o acidente na BR-428, na última terça-feira (26), onde um carro caiu em um buraco aberto após o rompimento de uma tubulação da companhia.
Causas do acidente e reparos
Segundo Alexsandro, o rompimento aconteceu em uma rede de 300 milímetros que abastece a cidade de Areia Branca. “Ocorreu uma erosão na parte inferior do asfalto e com o passar dos veículos durante a madrugado acabou cedendo o asfalto. A Compesa atuou durante toda a madrugada para reparar o local, realizando a concretagem da base e aguardando apenas a reposição do asfalto, prevista para a manhã de hoje”, afirmou.
Segundo ele, diante desse caso, a Compesa está realizando um laudo técnico para determinar as causas do rompimento da tubulação. A equipe jurídica da companhia também está acompanhando o caso.
Alexsandro também abordou os desafios da companhia em lidar com situações emergenciais como essa, especialmente quando os projetos das obras não contemplam a devida proteção das redes de água e esgoto.
“A gente estranhou um pouco a forma por onde estava a tubulação, porque boa parte passa pelo canteiro e ele acabou entrando parte do asfalto. Então, foi até surpresa, porque quando ocorreu a duplicação houve uma transferência de onde estava passando a tubulação. Por isso, há uma discussão ferrenha com certas instituições, pois quando ocorre as obras não está incluído no projeto uma sondagem de desvio da tubulação de água de esgoto e acaba vindo para Compesa resolver de uma hora para outra”.
Reunião com o Ministério Público
Na última segunda-feira (25), a Compesa se reuniu com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para apresentar dados sobre a qualidade da água. A Vigilância Sanitária Municipal e Estadual também participaram da reunião.
“Houve uma desconfiança da qualidade da água associada ao aumento de casos de diarreia, mas ficou claro que isso ocorreu em todo o estado, inclusive em cidades que utilizam água de manancial, não influenciada pela chuva”, explica Alexsandro.
A Compesa e a Agência Municipal de Meio Ambiente (AMA) fizeram análises laboratórias da água em diversos pontos de Petrolina. Todas as análises, que foram realizadas pelo SENAI e Univasf, indicaram que a água está dentro dos padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde, não representando risco à saúde da população.
De acordo com Chaves, o DINC realizou um estudo ao longo do Rio São Francisco e constatou que a água apresenta características de salinização. Ainda não se sabe se essa característica é natural do solo ou se há outros fatores que contribuem para isso.
“A salinidade da água não é um problema de saúde, mas pode afetar o sabor e a potabilidade da água. Contudo, estamos trabalhando para garantir que a população de Petrolina tenha acesso à água potável de qualidade”, explica Alexsandro.
Problema do bairro João de Deus
O gerente regional da Compesa disse que a falta de drenagem é o principal problema que contribui para o acúmulo de lama no sistema de esgotamento sanitário do bairro João de Deus. “João de Deus ainda tem várias ruas sem pavimento, e a falta de drenagem acarreta toneladas de lama no nosso sistema durante o período chuvoso”, explica Alexsandro.
Ele ressalta que a Compesa possui cerca de 650 km de rede de esgotamento sanitário em Petrolina. Com a entrada de lama e lixo no sistema durante as chuvas, o processo de tratamento fica comprometido, levando meses para retornar à normalidade. Alexsandro também mencionou a necessidade de ampliar o diâmetro de uma das tubulações da rede de esgoto no bairro. “Um projeto para a ampliação da tubulação de 400 mm para 600 mm está em fase final de aquisição de material e a obra será iniciada em breve”, informa.
Porém, Chaves frisou sobre a importância da drenagem urbana para evitar problemas de esgotamento sanitário. “Infelizmente, só se fala em drenagem no período chuvoso, mas deve ser constante. Mas sei que a Prefeitura de Petrolina já tem um projeto de drenagem para o bairro João de Deus, que foi apresentado em uma audiência pública”, disse Alexsandro.
Multa aplicada pela Armup por manter caixa d’água aberta
Sobre a multa aplicada à companhia pela Armup por manter uma caixa d’água aberta,situada na Avenida Tancredo Neves, Centro da cidade, que continua quebrada na parte superior. Chaves reconhece a legitimidade da multa, aplicada por um órgão fiscalizador que avalia a parte técnica. “A Compesa possui uma gerência específica para tratar de assuntos de regulação, que está acompanhando o caso”, afirmou Alexsandro.
Soluções para o problema
Alexsandro explicou que a Compesa está buscando soluções para evitar que a caixa d’água precise ser aberta novamente.
“O problema é que, ao abrir a caixa d’água, há risco de desabastecimento nos bairros próximos. Porém, estamos em diálogo, a Compesa está investindo na modernização do sistema de bombeamento de água. Essa modernização permitirá que a água seja bombeada para a rede sem precisar da caixa d’água, eliminando o risco de desabastecimento”, disse Alexsandro.
A Compesa também está buscando uma solução para cobrir a caixa d’água. “Uma empresa de São Paulo está elaborando um projeto para a cobertura da caixa d’água. Em breve estaremos fazendo uma licitação para começar as obras”, finalizou Chaves.