(Foto: Reprodução WhatsApp)
Em política, existe a máxima que diz que os apoios não se rejeitam. Mas como reagir a um voto casado com um político que vai na linha oposta a sua recente trajetória no cenário nacional? Esse dilema está presente em um vídeo que circulou e ainda repercute bastante em todo o país. Nele, o ex-líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), acompanhado dos filhos pré-candidatos ao governo de Pernambuco e deputado federal, Miguel Coelho (UB) e Fernando Filho (UB), escuta o aliado, o ex-prefeito de Serrita, Carlos Cecílio, declarar o voto em Lula (PT).
Em seu discurso de apoio a Miguel e Fernando Filho, Cecílio, que havia reunido em sua casa dezenas de lideranças da região, falou em alto e bom som. “O federal vocês já sabem que é Fernandinho, né? O governador, já sabem que é Miguel, né? E o presidente, vocês já sabem que é o presidente Lula, né? Votar contra Lula é votar contra o Nordeste. O Nordeste não pode ser contra si próprio, né? (…) Agora vamos votar fechado (sic) em Lula para poder ele voltar à Presidência”.
Paralelo ao discurso, é possível ouvir gritos de “fora Bolsonaro” em meio aos aplausos de apoiadores do ex-presidente petista.
Se o internauta observar com mais atenção, é possível perceber que a reação de Fernando Bezerra, que está entre os dos campeões de emendas do orçamento secreto, distribuído por Bolsonaro para aliados, aparenta constrangimento. Inclusive, durante seu discurso no evento, o senador evitou falar da disputa nacional, e pediu apoio para os filhos. FBC também não aplaudiu o discurso pró-Lula, mas seus filhos, Miguel Coelho e Fernando Filho, bateram palmas junto com os demais presentes.
O Nossa Voz entrou em contato com a assessoria de imprensa do pré-candidato a governador, que alegou tratar-se de uma fake news, já que o vídeo editado continha um trecho do discurso de FBC, editado fora de contexto. Porém, a versão real da fala de Cecílio também foi disponibilizada nas redes sociais e até publicada pela imprensa nacional.
Na última sexta-feira (06), em suas redes sociais, Miguel Coelho se pronunciou sobre o assunto destacando que caso seja eleito, governará “para os que votam em Luciano Bivar, os que estão com Lula ou com Bolsonaro”. Ele também criticou a nacionalização dos temas em detrimento ao debate sobre as prioridades de Pernambuco.
“Tem circulado por aí uma tentativa de fuxico e boataria que nada ajuda e agrega no debate político. Eu não sou homem de ter dois lados e tenho as minhas posições muito claras. O meu partido, União Brasil, tem candidato a presidente que é Luciano Bivar. Porém, eu reconheço a história do ex-presidente Lula, como os feitos do atual presidente Bolsonaro e cada um tem os seus candidatos. Mas nenhum deles será candidato a governador e nenhum deles vai sentar na cadeira que a gente precisa ter um líder, um ser humano sensível, mas acima de tudo, um homem com coragem, com fibra para enfrentar os desafios que Pernambuco exige, para que a gente possa transformar o nosso Estado. Para esses que querem gerar desinformação e dúvidas, não se preocupem. Vai chegar o momento dos debates e nós vamos fazer o comparativo da história, biografia e da competência de cada um”, afirmou.
