A Operação Ripstop repercutiu na Câmara de Petrolina. A ação policial foi citada na sessão virtual realizada ontem (16) pelos vereadores. Tudo começou quando o líder da oposição, Paulo Valgueiro, fez um requerimento verbal convocando os colegas a aprovarem uma moção de aplausos para a Polícia Civil de Pernambuco pela atuação realizada nesta terça-feira na cidade. Gabriel Menezes endossou a iniciativa do colega e aproveitou para alfinetar a gestão Miguel Coelho.
“Nossa denuncia do esquema, da fraude na licitação da merenda (…), me chamaram de mentiroso, disseram que era fake news. A denúncia das máscaras que o prefeito Miguel Coelho viu a Polícia Federal receber das mãos do vereador Paulo Valgueiro foi chamada de factoide… E hoje senhores vereadores, essa operação que o Dracco desencadeou logo cedo, com apoio do Tribunal de Contas do Estado, R$ 132 milhões em esquemas, Pernambuco à fora, não foi só em Petrolina não, é factóide? É fake news novamente?”, questionou Menezes em seu discurso.
A moção de aplausos para a Polícia Civil foi aprovada por todos os participantes da gestão, inclusive a bancada de situação. Porém, o ato do líder da oposição não ficou sem resposta. O vereador Alvorlande Cruz, empunhando uma série de papéis avisou que abriria na casa uma investigação sobre a compra de barrotes feitas pelas Ammpla na gestão de Paulo Valgueiro.
“O vereador Ronaldo Cancão denunciou o senhor por quase R$ 1 milhão em compras de barrotes quando o senhor era presidente da EPTTC (hoje Ammpla). (…) Cadê os barrotes? O senhor deveria dar moção de aplausos a Polícia Civil para investigar isso que está lá (…). Se o senhor não se corrigir enquanto é tempo, nós vamos apreciar as contas que, nas indiretas, o senhor está dentro e as mazelas estão aqui. Os demais vereadores devem pedir para que coloquem em votação (…). Está na hora da gente frear a língua desses caras”.
O irmão de Alvorlande e líder da bancada, Aero Cruz, orientou que o parlamentar não levasse os embates da Câmara para o lado pessoal. “Nós temos o que mostrar, o que dizer, o que analisar. (…) Quando o vereador colocou aqui que eu ou algum outro parlamentar não entraria no mérito da operação da Polícia Civil, nós votamos favoráveis à instituição que faz um brilhante trabalho no nosso Estado. Dos 130 processos em Recife, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Petrolina, aqui na nossa cidade foi apenas um de 2018, que foi analisado pelo TCE em 2019 e foi aprovado porque foi constatado que houve dano ao erário”.
Paulo Valgueiro afirmou que não se deixaria intimidar e continuaria levando denúncias à Casa, sempre que identificasse alguma irregularidade na gestão. “Se alguém acha que vai me calar com nhenhenhem (sic), com palavras vazias, eu gostaria que o governo Novo Tempo escolhesse alguém mais qualificado para tentar me acusar. Seria interessante que o governo escalasse para me enfrentar, nem pau de galinheiro e nem poleiro de pato. (…) Não tenho nenhum medo, se acham que vão me calar, se acham que vão fazer com que eu baixe a cabeça, se acham que quando eu achar algo de errado, mal feito como esse das máscaras, como o que está acontecendo no transporte escolar, nas licitações dos produtos gráficos, nos kits da merenda escolar, vou abrir a boca e levar as denúncias para os órgãos competentes sim”, disparou afirmando ter idoneidade e não responder a nenhum processo na Justiça. “Não tenho rabo preso pra ninguém puxar”.