O presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Antônio Campos (sem partido), irmão do ex-governador Eduardo Campos e pivô da briga política da família Campos que envolve seu sobrinho, João Campos (PSB) e sua mãe, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, disse estar sofrendo ameaças. Segundo o JC, foi até a sede da Polícia Federal no Recife para pedir proteção policial.
Segundo a reportagem, ele também vai comunicar as ameaças ao Ministério Público Federal, alegando tentativa de “intimidar testemunha”, sem entrar em maiores detalhes.
Antônio Campos ou Tonca, como é conhecido, voltou ao centro do noticiário político após ser criticado pelo próprio sobrinho, João Campos (PSB), que numa sabatina na Câmara dos Deputados com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o tio era “um sujeito muito pior” do que o ministro. A fala aconteceu após o ministro usar o cargo de Campos como exemplo de que o governo Jair Bolsonaro possui bons quadros. O deputado foi duramente criticado pela avó, a ministra Ana Arraes.
Em linhas oficiais, o silêncio parece ter imperado dentro do PSB após as declarações de Ana Arraes, não apenas contra o seu neto, o deputado federal João Campos, mas também a respeito de ser a detentora do legado dos Arraes.
Lideranças e alguns parlamentares do PSB evitaram comentar sobre os impactos que essa crise familiar poderá causar à legenda. No entanto, nos bastidores, sabe-se que o racha no ninho socialista parece ser inevitável, tanto em relação aos desenhos de 2020 quanto aos de de 2022. A ministra – que se desfiliou oficialmente do PSB no dia 7 de outubro de 2011, segundo consta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – não escondeu o seu desejo de pleitear um cargo eletivo e entrar na disputa pelo executivo estadual.
Um socialista, em reserva, afirmou categoricamente que, se a filha de Miguel Arraes for candidata ao governo do Estado em 2022, sairá vencedora.
Briga na família é antiga
O racha entre Antônio Campos e o PSB se tornou evidente quando o advogado decidiu disputar a Prefeitura de Olinda, em 2016. Derrotado nas urnas, Antônio abandonou a legenda no ano seguinte, afirmando que não havia clima para permanecer no partido. “Não ligaram pra mim, o ambiente é hostil”, afirmou, a época. Ele ganhou o primeiro turno. Mas perdeu o segundo turno para Lupércio (SD).
Em coletiva de imprensa após a derrota, Tonca atacou Renata Campos. Entre outras coisas, disse que seu irmão, Eduardo Campos, não a ouvia, e que ela nunca gostou da família. “Essa história de Renata é antiga com a família Campos. Ela nunca gostou do meu pai e a recíproca é verdadeira. Qualquer coisa que vier dos Campos é motivo de contrariedade para Renata Andrade Lima”, disse, na mesma entrevista, em novembro de 2016. (com informações JC)