Amigos e colegas lembram trajetória e legado de Beto Lupy, voz marcante do rádio no Vale do São Francisco

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O rádio e o jornalismo esportivo do Vale do São Francisco amanheceram de luto. A morte do comunicador Beto Lupy, conhecida na noite desta quinta-feira (4), gerou comoção em Petrolina, Juazeiro e em toda a região. Ex-jogador de futebol, radialista, cronista esportivo e apresentador de programas românticos, Beto conquistou ouvintes e colegas com sua voz inconfundível e sua alegria contagiante.

Profissionais que conviveram com ele nas rádios Grande Rio FM, Juazeiro, entre outras emissoras, prestaram homenagens e relembraram momentos vividos ao lado do amigo.

O narrador esportivo Marcos Bastos lembrou com emoção da parceria profissional e pessoal com Beto.

“Perdemos Beto Lupy. Para todos nós ele foi um exemplo de pessoa e de profissional. Sempre alegre, sempre sorrindo. Trabalhamos juntos em várias emissoras, fizemos dobradinhas em transmissões e até jogamos bola juntos. Ele tinha uma coleção enorme de camisas de futebol, era apaixonado por isso. O legado que ele deixou é muito importante para todos”, disse.

Outro nome da crônica esportiva, Tony Martins, destacou a voz marcante e o estilo único de Beto no microfone.

“Ele não dava notícia, ele interpretava a notícia. Foi um cronista esportivo de muita sensibilidade. Um radialista que amava o rádio e fazia com que as pessoas também amassem. É uma perda irreparável, mas fica o legado e a importância do trabalho que ele construiu”, afirmou.

A locutora Simara Taíde, que trocava o horário com Beto na Grande Rio FM, ressaltou o companheirismo e a generosidade do colega.

“Ele era múltiplo, comunicativo, prestativo. Tivemos muitas trocas de horário, sempre com respeito e amizade. Registro minha profunda tristeza, mas também gratidão por ter convivido com uma pessoa tão especial. Sua voz e sua alegria jamais serão esquecidas.”

O jornalista esportivo Danilo Ribeiro, direto de Salvador, lembrou a paixão de Beto pelo futebol e pela coleção de camisas.

“Ele vivenciava o futebol, era amigo de grandes jogadores e adorava colecionar camisas. Lembro de quando trouxe uma do Icasa para ele e ele ficou feliz como uma criança. Foi um profissional dedicado e apaixonado pelo que fazia. Seu legado estará sempre presente no rádio esportivo e na memória dos amigos.”

Outros colegas, como Geraldo José, Marilene Silva, Guanaí Atanásio, Júnior Moreno e Roni Everton, também reforçaram o papel de Beto na comunicação da região. Todos destacaram a generosidade, o bom humor e a voz romântica que marcou programas como Ponto G, além da paixão pelo esporte.

O radialista e blogueiro Geraldo José, de Juazeiro, recordou os tempos de trabalho em equipe com Beto Lupy:

“Imagina que essa semana recebemos uma foto da equipe Show de Bola da Rádio Juazeiro, na década de 90, e lá estava o nosso amigo Beto. A gente sabia do problema de saúde, mas nunca imaginei que chegaria a esse ponto. Ele tinha só um ano a menos que eu, éramos contemporâneos. Recebi com muita tristeza essa notícia. Desejo que encontre um lugar ao lado do pai.”

A radialista Marilene Silva destacou o carisma de Beto em diferentes fases da carreira:

“Durante muitos anos, Beto Lupy embalou as noites sanfranciscanas com seu programa Ponto G, com uma maneira especial de ler poemas e traduzir músicas. Depois, brilhou também no esporte, mostrando talento e dedicação. Betão, eu o considerava como um irmão, uma pessoa muito especial. Vai com Deus, amigo, que já esteja em um bom lugar.”

O radialista Guanaí Atanásio também deixou sua homenagem:

“Beto chegou de São Paulo, começou jogando futebol e depois brilhou no rádio. Fez muito sucesso no Ponto G e como repórter esportivo. É triste, mas peço a Deus que dê o descanso eterno, muita luz na eternidade, e que todos que o admiravam façam orações. É uma perda enorme para todos nós.”

O locutor Júnior Moreno, que trabalhou cerca de oito anos ao lado de Beto, lembrou do companheirismo do colega:

“Beto era amigo, solícito, comprometido com o trabalho e apaixonado pelo rádio. Quem não lembra do programa Ponto G? Essa voz simples, mas marcante, embalou as noites do FM no Vale do São Francisco. Ele também tinha essa paixão pelo futebol, que dominava muito bem. Hoje todos nós sentimos essa perda, mas guardamos a alegria de ter convivido com ele.”

O também radialista Roni Everton destacou a generosidade e o bom humor de Beto:

“A comunicação São-Franciscana perdeu um pouco de sua magia. Beto sempre foi prestativo, alegre, um cara do bem. Ele era apaixonado por futebol e colecionava camisas, mas também compartilhávamos outra paixão: o aeromodelismo. Foram muitas noites de conversa, de troca, de amizade. Como ele sempre dizia: ‘ser feliz é saber que o tempo está passando e os amigos inesquecíveis contando suas histórias’. Essa frase agora fica como herança.”

Legado

Natural de São Paulo, mas radicado no Vale do São Francisco há décadas, Beto Lupi deixa a esposa, Edna Maria Coelho, filhos, netos, amigos e uma legião de ouvintes que acompanharam sua trajetória no rádio e no jornalismo esportivo.

“Ser feliz é saber que o tempo está passando e os amigos inesquecíveis contando suas histórias. Felicidade sempre.”
A frase, repetida muitas vezes por Beto em seus programas, ecoa agora como mensagem de despedida de um dos comunicadores mais queridos da região.