Nesta terça-feira, o Nossa Voz entrevistou José Patriota, presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). Ao todo, 63 municípios poderão ter queda na receita no FMP, segundo a Amupe. Isso porque conforme dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE na última quinta-feira (29), tais municípios registraram queda no número de habitantes. O resultado do levantamento ainda é parcial, mas já foi entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Entre as cidades da nossa região que sofrerão impactos estão: Bodocó, Lagoa Grande e Floresta. O fato tem preocupado a Amupe, que por meio do presidente José Patriota, solicitou a prorrogação do Censo 2022. “A Amupe vai entrar com uma ação judicial para pedir para fazer o IBGE fazer o levantamento nas residências que não foram visitadas. Faremos uma contestação direta e pediremos ao IBGE que volte e vá a localidade fazer a contagem correta”, justificou.
José Patriota também criticou a forma como vem sendo feito o recenseamento por parte do IBGE. “Nós enquanto municipalistas recebemos de forma surpresa. O IBGE não conseguiu contratar todos os recenseadores e foi um contrato precário, de baixo valor financeiro e foi prorrogado várias e várias vezes e mesmo assim não conseguiu fechar os 100%. Agora demitiu todo mundo e resta apenas os supervisores de campo”, afirmou.
As receitas para esses municípios são responsáveis por manter os serviços, a infraestrutura, a folha de pagamento, para tudo. Patriota conta o que acontece com a falta de integridade na contagem do censo. “Isso traz um prejuízo porque já informou ao TCU a previsão da população. O TCU já acatou os números do IBGE e se não conseguir reverter será descontado, a partir do dia 10, aqueles municípios que tiveram o número da população reduzida”, ressaltou.
Segundo o presidente da Amupe o censo atingiu uma média de 80 a 83% pessoas entrevistas e isso trás um prejuízo grande. O IBGE está informando ao TCU a sua previsão e utilizando outro método para completar os quase 20% que faltam. Com isso, 702 municípios serão prejudicados com uma perda da ordem de R$3 milhões.
Ainda de acordo com Patriota, a pesquisa do IBGE foi falha em diversos municípios. “Há muitas casas sem visitação. Até a casa do prefeito não foi recenseada. Foram mil dificuldades, os prefeitos sempre contestando. Casas colocadas como vazias, como se não tivesse morador, isso tudo atrapalhou”, disse o presidente.