A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia mais dois pedidos de autorização para estudos clínicos de vacinas contra a novo coronavírus no Brasil. A previsão é que um deles, em etapa final de análise, receba aval já nos próximos dias.
Até o momento, duas pesquisas com vacinas já tiveram autorização para serem conduzidas no Brasil: a desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e a do laboratório chinês Sinovac.
Assim, o Brasil pode ter mais um terceiro teste em breve. Questionada, a agência não divulgou quais os nomes das empresas que fizeram os pedidos, por questões de sigilo.
“Estamos em discussão com algumas outras propostas, e o Brasil tem sido bastante procurado”, afirmou à reportagem o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes. Segundo ele, isso ocorre devido ao alto número de casos da Covid-19 no país.
Dados publicados nesta segunda (20) na revista médica Lancet apontam que a vacina experimental de Oxford é segura e produziu resposta imune no início dos ensaios clínicos em voluntários saudáveis nas fases 1/2. A vacina já está na fase 3 (a última antes do licenciamento) e os resultados já tinham sido anunciados, mas agora passaram por revisão e saíram em uma publicação científica de prestígio.
“O cenário de aprovação de vacinas no mundo mudou, e o que levava dez anos para aprovar agora temos que condensar e aceitar avançar em fases mesmo com perguntas pendentes. Uma pergunta pendente esse artigo respondeu, que é se a vacina tinha capacidade de produzir anticorpos neutralizantes, uma das estratégias que vacinas usam para garantir a eficácia”, explica o gerente.
Atualmente, a vacina de Oxford é uma das mais avançadas entre as candidatas na corrida pela imunização contra o coronavírus Sars-CoV-2.
No Brasil, essa vacina já está sendo testada desde o mês passado em São Paulo e no Rio, por meio de parcerias com o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e com o Instituto D’Or. Os voluntários são cerca de 2.000 profissionais de saúde na linha de frente no combate à Covid-19.
No fim de junho, o Ministério da Saúde anunciou que assinou uma carta-compromisso com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford para que a vacina seja produzida no Brasil com a transferência da tecnologia para a Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Cerca de 20 mil doses de vacina para início dos testes chegaram ao país nesta segunda (20). Elas devem ser agora distribuídas em 12 centros de seis estados -São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
(Fonte: Diário PE)