Ao Nossa Voz, Márcio Jandir propõe reestruturar Juazeiro com pavimentação continuada, um banco municipal e atrair turistas com a Romaria das Água

0

O advogado Márcio Jandir, de 54 anos, foi o terceiro candidato a ser entrevistado no programa Nossa Voz durante a rodada de entrevistas com os postulantes à prefeitura de Juazeiro. Jandir apresentou propostas para melhorar a pavimentação contínua, criar um banco municipal de microcrédito, estabelecer a Romaria das Águas e implementar um projeto de macrodrenagem para resolver os problemas de saneamento básico no município.

Na entrevista, Jandir revisitou sua trajetória política e social e criticou a gestão atual. Ex-procurador-geral de Juazeiro entre 2000 e 2004, ele ressaltou a necessidade de mudanças estruturais e administrativas na cidade.

“Eu fui candidato a prefeito de Juazeiro há 12 anos e me afastei da política porque é algo muito difícil, sobretudo para quem construiu uma história com muito trabalho. Eu nunca tive nenhum emprego que não fosse o de procurador durante quatro anos. Nunca me vali da votação que tive para obter nenhum tipo de vantagem no estado ou com ninguém. Acredito que a vida pública deve ser para servir, e estou voltando para a política depois de 12 anos, sofrendo ataques desde o primeiro dia, quando anunciaram uma vice, mas depois me tiraram essa vice em plena convenção”, afirmou.

Jandir também sublinhou a ausência de alianças políticas em sua campanha, reforçando que seu compromisso é com a população. “Eu não tenho aliança com ninguém, absolutamente ninguém da política. Tenho aliança e compromisso com as pessoas com quem venho conversando. Não tenho apoio de nenhum deputado da nossa região, nenhum vereador de mandato. O apoio que recebo é da população. Um prefeito precisa ser um líder na cidade, estar presente no dia a dia da prefeitura, tratar com os secretários e buscar soluções para os problemas da cidade”, declarou.

Ao comentar sobre a situação financeira da prefeitura, o candidato criticou o inchaço da máquina pública e a falta de investimentos em áreas prioritárias. “Hoje temos uma prefeitura inchada, com muita gente sem trabalhar e desnecessária. Isso compromete os recursos para investir. Precisamos priorizar o desenvolvimento da cidade para gerar emprego e renda. Aqueles que estão na prefeitura por favores políticos precisam ser realocados no mercado de trabalho real, e não o da ficção política”, destacou.

Entre suas propostas, Jandir defendeu a criação de um banco municipal de microcrédito, voltado para pequenos empreendedores, como forma de promover o crescimento econômico. “Essa é a parte do meu projeto que mais me move do ponto de vista pessoal, mudar efetivamente a vida das pessoas. Tem gente que passa fome, mas poderia comprar uma caixa de ferramentas e trabalhar, até para o próprio município, nas escolas municipais. Juazeiro tem um orçamento projetado de R$ 1,2 bilhão. Se eu tirar R$ 5 milhões para investir nesse banco de microcrédito, imagina que isso pode dar a oportunidade para muitas pessoas se capacitarem e melhorarem sua renda”, explicou.

No setor de turismo, ele propôs a criação da “Romaria das Águas”, explorando o potencial do Rio São Francisco. “Nós temos o turismo de negócios, o turismo cultural, o turismo ambiental. Precisamos criar condições para atrair turistas, e uma das minhas propostas é a criação da Romaria das Águas, que pode atrair milhares de turistas todos os anos. Também precisamos de infraestrutura, hotéis de qualidade e estradas adequadas para receber esses turistas”, afirmou.

Quando questionado sobre sua permanência na disputa eleitoral, Jandir foi enfático: “Eu vou ser candidato até o dia da eleição e vou obter os votos que o povo de Juazeiro me der. Tentaram me tirar da disputa porque não conseguem nos vencer no debate de propostas. Não tenho problemas em conversar com o governador Jerônimo ou com o presidente Lula, mas eu não preciso de muleta para andar em Juazeiro. Sou capaz de governar o município e levar projetos para o governador e o presidente.”

Na questão da diversidade e inclusão, o candidato garantiu que seu governo terá o compromisso de representar todos os grupos sociais. “Aprendi a respeitar a diversidade sexual e religiosa desde a minha juventude. Quero trabalhar para que metade do governo seja composto por homens e a outra metade por mulheres, respeitando as opções sexuais de cada um. Não é uma prefeita mulher que vai empoderar as mulheres, mas sim políticas públicas efetivas”, afirmou.

Em relação à educação, Jandir apresentou a necessidade de corrigir desigualdades salariais entre os professores e de implementar um pacto de qualificação contínua para os estudantes. “O primeiro momento de governo é a oportunidade de dialogar com todos os professores. Precisamos corrigir a diferença de salário, pois nossos professores precisam estar bem remunerados. Quero chamar os professores para um pacto de qualificação continuada real. Precisamos avaliar como nossos alunos estão em termos de leitura, matemática e interpretação de texto. Juazeiro precisa de uma rede lógica de ensino baseada em tecnologia”, explicou.

Quanto ao plano de pavimentação, Jandir afirmou que pretende implementar um projeto contínuo. “Juazeiro tem muitas áreas ocupadas irregularmente, sem infraestrutura. Vamos criar metas para que todos os dias haja uma equipe de pavimentação nas ruas. Quero criar uma empresa municipal de serviços públicos, que possa realizar a pavimentação sem necessidade de terceirização. Essa equipe trabalhará todos os dias do ano, reduzindo o déficit e impedindo novas ocupações sem pavimentação.”

Por fim, Jandir destacou a urgência de melhorar o saneamento básico da cidade, mencionando os problemas enfrentados pela poluição do Rio São Francisco e a proliferação de mosquitos. “O saneamento de Juazeiro está poluindo o Rio São Francisco diariamente. Estamos jogando esgoto sem tratamento no rio, e isso precisa ser resolvido com urgência. Quero compartilhar essa responsabilidade com o governador e o presidente da República, pois não podemos permitir que Juazeiro continue conhecida como a capital da muriçoca. Precisamos de um projeto de drenagem, que já custa cerca de R$ 450 milhões. O município está disposto a investir, mas o estado e a União também precisam contribuir para resolver esse crime ambiental”, concluiu.