APLB sindicato convoca paralisação em Juazeiro por falta de resposta às reivindicações

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Em Juazeiro, os trabalhadores em educação decidiram paralisar as atividades na sexta-feira (26) como advertência, devido à falta de resposta do município às reivindicações apresentadas pela APLB Sindicato. A decisão foi tomada após assembleia realizada na última quarta-feira, onde foi definido que, caso não haja avanço nas negociações, uma nova paralisação por tempo indeterminado poderá ser considerada.

Segundo Antônio Carlos dos Santos, diretor jurídico da APLB Sindicato, a principal reivindicação é a recomposição das perdas salariais. “O município recebeu o ajuste do piso salarial, que foi de 3,62% a partir de janeiro, com uma nova revisão em abril, aumentando o piso para R$ 4.633. No entanto, a prefeitura não repassou esse reajuste aos professores”, explicou Antônio Carlos. Ele destaca que, apesar de o município argumentar que o ano eleitoral impede ajustes, a lei permite revisões durante todo o ano, conforme o artigo 73 da Lei 9.500 e seu inciso 8º.

A APLB Sindicato também reivindica a revisão salarial conforme a Lei do Piso (Lei 11.738/2008), que determina que a revisão deve ser na mesma data e sem distinção de índices. “O município recebeu os repasses do Governo Federal e, apesar disso, não tem repassado o reajuste integral aos professores”, afirmou Antônio Carlos.

Além das questões salariais, os educadores estão preocupados com a situação das escolas, especialmente com a obra parada do Colégio Paulo VI. “A reforma, que começou há um ano, está parada e não há previsão de conclusão. Isso preocupa, pois é uma escola que foi referência educacional”, relatou Antônio Carlos. A escola, construída na gestão do ex-prefeito Val Barbosa da Cunha, está em ruínas, e a obra custou cerca de R$ 7 milhões.

A paralisação de advertência está marcada para amanhã, com a expectativa de que todas as escolas municipais estejam fechadas. “Estamos cobrando os direitos dos trabalhadores e pedindo a adesão de toda a categoria. A paralisação inclui uma manifestação na porta da prefeitura e nas principais ruas da cidade”, afirmou Antônio Carlos.

O impacto da paralisação pode prolongar o calendário escolar, pois há falta de transporte escolar e atraso em diversas atividades. “Se o transporte escolar não for regularizado, o ano letivo pode se estender até janeiro ou fevereiro”, explicou o diretor jurídico da APLB Sindicato. Ele também ressaltou a preocupação com a saúde dos trabalhadores da educação, que enfrentam altos índices de depressão, estresse e problemas relacionados à saúde mental.

A assembleia de quarta-feira próxima determinará os próximos passos. “Estamos aguardando uma resposta positiva da prefeitura. Se não houver avanço, poderemos decidir por uma greve por tempo indeterminado”, concluiu Antônio Carlos.