Na tarde desta terça-feira (1º) a APLB Sindicato em Juazeiro realizou Assembleia Geral com os trabalhadores em educação da rede municipal que decidiram pela paralisação de advertência por 24h. A decisão veio após o resultado da reunião que aconteceu durante a manhã entre sindicato e prefeitura sem que houvesse definição do pagamento integral dos 33,24% referente ao piso nacional do magistério, determinado pelo governo federal.
A categoria mostrou-se insatisfeita e indignada com o que foi proposto pelo município e divulgado na imprensa. No texto da assessoria da prefeitura, a informação que chegou foi que haveria a garantia de pagamento do piso nacional para os professores da rede municipal de ensino, conforme a Portaria Nº 67/2022. Segundo o texto, os professores que cumprem jornada de 20h receberiam R$1.922, 82, e os que possuem carga horária de 40h, R$ 3.845,63, contemplando 2.130 professores efetivos, contratados e concursados da rede municipal de ensino.
A contestação veio de imediato através de declaração do diretor da APLB Sindicato em Juazeiro Gilmar Nery. Segundo ele a prefeitura diz que cumpre o piso ao colocar uma proposta um pouco acima dos 26% para quem não alcançou o piso e a 10,3% para quem está acima do piso. “É a primeira vez desde que foi criado o piso nacional do magistério em 2008 e implantando em 2009 que Juazeiro não vai cumprir o piso, medida que não foi aceita pelos trabalhadores em educação do município”, informou Gilmar Nery.
“É um momento difícil para os educadores de Juazeiro, visto que o que se propõe nos levará a perdas significativas, pois temos que considerar quatro anos em que nossos reajustes sempre estão abaixo dos dois dígitos, sem que haja equiparação à inflação. O que a prefeitura precisa fazer é deixar esse proselitismo político. Não existe 33,24% de reajuste, é uma grande enganação e eu acho que não devemos permitir autoritarismo, nem brincar com a categoria que é significativa para o desenvolvimento da cidade. Os indicativos são positivos para o município porque os professores são qualificados e têm condição de melhorar mais ainda se for motivado pelas condições de trabalho e suas remunerações”, afirma o professor Tony Martins.
Professora há 21 anos, Luzineide Souza de Oliveira vê o piso anunciado pela prefeitura como apenas um complemento, e não o integral como deveria ser seguido. Luzineide acredita que o município está simplesmente preenchendo uma lacuna para chegar ao número determinado, ao invés de dar o piso correto a exemplo de outros municípios.
“Pelo tempo que vem de conversas e negociações, com a SEDUC sempre dizendo que valorizava o profissional, confesso que não esperava que fosse acontecer isso. Já estamos decepcionados quanto ao rateio do Fundeb que não aconteceu ou o auxílio tecnológico. Esperávamos que toda a análise feita terminasse com o pagamento integral do piso, porque sabemos que não gera impacto na folha. Temos o dever de nos unirmos para mudar essa situação. Não é tudo que se decide que temos de aceitar e a prefeitura tem sim, recursos para assegurar o direito ao reajuste”, enfatiza Luzineide.
“A proposta é de uma paralização de advertência nesta quarta-feira, 02 de março, quando também realizaremos nova Assembleia às 9h no auditório da APLB para decidir quais os rumos a serem tomados. Precisamos agir e tem que ser com muita responsabilidade. O mais importante é a união absoluta dos trabalhadores e trabalhadoras em educação do município no sentido de se chegar a uma proposta que contemple a todos. Precisamos da maior adesão possível para conseguirmos a garantia dos direitos colocados em pauta durante a reunião”, conclui Gilmar Nery, diretor da APLB Sindicato em Juazeiro.