(Fotos: Nilzete Brito/Ascom CMP)
O vereador Gilmar Santos usou sua questão de ordem para tecer duras críticas à gestão municipal. Fazendo coro com o vereador Gaturiano, ele também contestou que Petrolina seja a melhor cidade para se viver no Nordeste, questionando a infraestrutura dos bairros periféricos.
“É uma coisa tão injusta, tão maldosa, porque quando a gente pensa nas pessoas que estão no Dom Avelar, convivendo com o esgoto, com aquelas pavimentações mal feitas. Quando a gente se depara com a situação dos moradores do Henrique Leite, os moradores das comunidades rurais que estão sem médico, sem medicamentos. Os moradores que estão no Jardim Petrópolis há tanto tempo reivindicando saneamento básico, quando vem a chuva, o desespero toma conta daquele povo. E a gente ouvir o vereador dizer que essa é a melhor cidade para se viver no Nordeste, eu penso que ele deve tomar como referência o condomínio dele. Lá, creio que deve ser o mesmo condomínio do ex-prefeito que agora vai ser candidato a governador, a pavimentação é bem feita e as condições são muito dignas, deve ser a Petrolina, a bolha. Porque a realidade do nosso povo é totalmente diferente”.
Em defesa da gestão municipal, o vereador Manoel da Acosap fez um comparativo dos indicadores socioeconômicos de várias cidades de grande porte na Bahia e Pernambuco, como Feira de Santana e até a capital pernambucana, Recife. Gilmar tentou convidá-lo para um debate embasado em números reais, mas os dois entraram no embate verbal feroz, com troca de farpas e até algumas ofensas.
“Vá andar vereador, para vossa excelência reconhecer a cidade em que mora, trabalha e é legislador. É muito ruim para nós petrolinenses, ter um vereador que diz que é estudioso, desprezar o brilho de Petrolina. É uma cidade bonita, organizada e dá oportunidade aos que aqui chegam. Se Petrolina não fosse organizada, bonita, o pessoal passava para Juazeiro, que tem o Rio São Francisco, para Cabrobó, Santa Maria, Casa Nova. Mas fica aqui porque tem oportunidade”.
Em meio ao discurso de Manoel, Gilmar Santos tentou convidá-lo para um debate, embasado em números, fazendo o comparativo entre diversas áreas do município. Manoel se recusou a aceitar, alegando que o oposicionista estava invadindo seu espaço de fala, quando o mesmo respeitou o tempo de pronunciamento do colega. Os dois iniciaram uma discussão acalorada com troca de farpas e ofensas como covarde e mal educado.
Envergonhado com a situação, o primeiro secretário da mesa, Rodrigo Araújo, solicitou a Manoel da Acosap, que presidia a mesa na ocasião, para que encerrasse a sessão. “Encerre a sessão senhor presidente, que negócio feio danado”, apontou.
Manoel da Acosap, que presidia a sessão na ausência de Aero Cruz, deu prosseguimento à sessão. “Tem o vereador Marquinhos [do N4] inscrito. Após a fala dele eu encerro”, respondeu.
Ao fim do discurso do líder da oposição, o presidente da mesa, Aero Cruz, retomou a condução e deu uma lição de moral nos colegas. “Algumas vezes que eu deixo o comando da presidência e passo para a mesa diretora, para o vice, ao primeiro secretário ou ao segundo vice, é que estou resolvendo alguma coisa administrativa para que a gente possa andar com os trabalhos aqui na Casa. E quero pedir a todos, nós estamos num ano eleitoral e vamos, de uma certa forma, manter o respeito de cada vereador aqui com o outro e deixar uma certa parte, a questão política partidária de fora dos trabalhos da casa. Porque o que a população quer saber não é em quem Aero vota e sim se o vereador está solicitando que os investimentos cheguem aos bairros da cidade”.
