O secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco Pedro Eurico pediu afastamento do cargo após a ex-mulher dele, Maria Eduarda Marques de Carvalho, afirmar que sofreu agressões e foi ameaçada por ele ao longo de 25 anos de convivência. A assessoria de imprensa do estado afirmou que o pedido foi aceito pelo governador Paulo Câmara (PSB).
“Decido me afastar do comando da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos buscando preservar a instituição e me dedicar à minha defesa e ao devido esclarecimento dos fatos, junto às autoridades competentes”, disse em nota Pedro Eurico, que negou as acusações feitas pela ex-mulher.
O secretário-executivo de coordenação e gestão, Eduardo Figueiredo, vai responder pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, informou em nota o governo estadual.
A economista Maria Eduarda Marques de Carvalho contou à TV Globo sobre a convivência com Pedro Eurico, iniciada entre 1995 e 1996. Ela relatou ter registado, ao longo dos anos, dez boletins de ocorrência devido a agressões físicas, perseguição e ameaças.
A queixa mais recente foi feita, segundo ela, no dia 1º de novembro, quando o então secretário teria invadido o prédio em que ela está morando.
Pedro Eurico de Barros e Silva atua há anos na política do estado. Foi eleito vereador do Recife em 1984 e deputado estadual entre 1986 e 2006, sendo presidente da Assembleia Legislativa no biênio 1995-1996. No segundo governo Miguel Arraes (1987 a 1990), comandou a Secretaria de Habitação.
Assumiu a Secretaria Estadual da Criança e da Juventude em 2012 e, em 2015, foi para a pasta de Justiça e Direitos Humanos. Desde 2019, Pedro Eurico atuava como presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Administração Penitenciária, mas deixa o cargo com a exoneração.
Confira a íntegra da nota de Pedro Eurico:
“Com referência às acusações apresentadas por minha ex-esposa Maria Eduarda Marques de Carvalho, é importante esclarecer:
As denúncias improcedentes de agressão datam de mais de 10 anos e muitas destas foram retiradas pela suposta vítima perante a Justiça.
Estivemos casados inicialmente, no período de 27 de setembro de 2003 e nos divorciamos em 30 de abril de abril de 2008. Ao longo dos últimos anos de convivência e de um novo casamento, realizado em 2012, cujo divórcio aconteceu em 08 de novembro deste ano, inexistem denúncias apresentadas pela senhora Maria Eduarda, causando estranheza o requerimento de medida protetiva justamente no período em que se discutia a possibilidade de uma dissolução consensual.