Na sessão remota desta terça-feira (13), os vereadores de Petrolina tiveram alguns debates relevantes. Um deles foi relacionado ao requerimento verbal de autoria do vereador Gaturiano Cigano, que é presidente da Comissão de Obras. Ele propôs a abertura de uma CPI para investigar os critérios de escolha dos contemplados no sorteios das casas do Residencial Novo Tempo V. A motivação, segundo o parlamentar, seria o trágico episódio que vitimou fatalmente o idoso que ocupava uma das unidades habitacionais.
Para Gaturiano, estão atribuindo culpa ao prefeito Miguel Coelho injustamente e para identificar se há irregularidades e punir os possíveis culpados, é necessário instalar uma Comissão Parlamentar de inquérito na Câmara Municipal.
“Tem que ser com uma certa urgência. O prefeito está levando a culpa de uma coisa que ele não fez. Não foi o prefeito que inscreveu as pessoas. Estão culpando o prefeito por não terem ganhado sua casa. E a culpa não é do prefeito. Essa comissão tem que ser montada, essa CPI tem que ser formada para que a gente possa realmente punir aqueles que merecem da verdade”.
Vários integrantes da bancada de situação apoiaram a iniciativa de Gaturiano. Entretanto, o líder do governo, Ronaldo Silva, solicitou que antes de aprová-la, os integrantes da Comissão de Obras deveriam sentar com o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Emício Júnior, para esclarecer as dúvidas quanto a condução do programa habitacional em Petrolina. “Vamos ter primeiro essa reunião para depois tratar de uma CPI, que é uma coisa muito séria e demorada. Tenho certeza de que as informações que vossa excelência receberá dos secretários serão suficientes para que possa tomar a decisão se realmente há a necessidade de abrir a CPI ou não”, sugeriu.
Gaturiano aceitou a sugestão, mas assegurou que isso não o motivaria a desistir. “Jamais vou me esquivar, me calar ou me esconder de uma situação dessas. O prefeito sabe da minha fidelidade, sou aliado dele e também do senador, vão contar comigo em 2022. Estamos juntos para encarar qualquer adversário desses aí politicamente. Mas se tem uma coisa que tenho que preservar é o meu lado e das pessoas que realmente estão sendo prejudicadas. Fui eleito para ser o representante do povo de Petrolina e aqui estou, fazendo a minha parte até o fim do meu mandato. A gente conversa sim, mas eu não abro mão da criação de uma comissão, da formação de uma CPI para investigar”.
Por fim, a vereadora Maria Elena revelou ser contrária, afirmando que o presidente da Comissão de Obras toma uma decisão precipitada ao anunciar sua proposta. “Eu jamais defenderia uma CPI nessas circunstâncias, mesmo se fosse com um prefeito de oposição porque acho que não cabe. Tem que primeiro oportunizar a secretaria. Temos uma Lei municipal e se não está sendo cumprida, vamos melhorar, exigir, vamos tentar. (…) Mas eu acho precipitado demais e fico surpresa com a facilidade com que os colegas vereadores falam em CPI. Motivos já houveram anteriormente para grandes CPIs e mesmo assim a gente conversou… Eu quero dizer que, com todo respeito que tenho ao nosso querido autor dessa proposição e aqueles que já se manifestaram, mas eu acho imprudente sugerir, uma falta muito grande de experiência, submeter a secretaria a uma coisa dessas”.
Diante dos argumentos apresentados, a abertura de uma Comissão Parlamentar de inquérito para apurar os critérios utilizados no sorteio das casas do Novo Tempo V não foi votada nessa sessão. Os parlamentares aguardam o resultado da reunião dos integrantes da Comissão de Obras com o secretário Emício Júnior para apreciar o requerimento proposto pelo vereador Gaturiano Cigano.