O ex-senador Armando Monteiro Neto (sem partido) revelou ao Nossa Voz os motivos que o levaram a deixar o PSDB. Majoritariamente, ele alegou que sua “sua missão partidária havia se esgotado”, já ingressou no partido com o desejo “de construir em Pernambuco um novo projeto, um novo caminho e tudo isso se materializou e se confirmou com a eleição da governadora Raquel Lyra”.
Além disso, após o pleito, Monteiro identificou uma estagnação com a qual não concordou. “Depois da eleição, o nosso partido viveu um processo de certa paralisia em Pernambuco, uma falta de rumo, de diretrizes. O partido não tem se reunido, não tem claramente uma programação. Portanto, ao constatar isso e ao verificar também que a nível nacional, o PSDB vive um momento também de dificuldade de falta de rumo, eu achei que estava na hora de deixar a legenda”, pontuou.
A decisão, porém, não afastou a amizade e estima pelos atuais quadros do partido, como Bruno Araújo e a própria Raquel Lyra, que recebeu de Armando a carta de desfiliação.
Entretanto, a decisão assegurou ao ex-senador, que foi candidato ao governo de Pernambuco em 2018, uma “liberdade maior” inclusive para poder fazer críticas e oferecer sugestões sobre a gestão de Lyra. “O governo precisa corrigir alguns rumos, precisa oferecer respostas mais efetivas em algumas áreas que são, eu diria, muito sensíveis como por exemplo a questão da segurança, o desempenho em algumas outras áreas na área de saúde, os desafios que temos é na área de infraestrutura de recuperação do sistema viário, de estruturação de algumas ações voltadas para o desenvolvimento de Pernambuco”, listou.
Mesmo reconhecendo as dificuldades de “inaugurar um novo ciclo administrativo” após 16 anos de governo do PSB, Monteiro apontou que a equipe de Raquel ainda não está totalmente ajustada e que as definições para arrumação se fazem urgentes. “Houve sim, foi um certo retardo na formação da equipe, algumas lacunas não foram preenchidas no primeiro momento e o governo ainda tá procurando acertar o passo em algumas áreas. E nós, temos que também registrar o fato de que já ocorreram várias mudanças no secretariado. Isso significa que não houve ainda um processo de inteira estabilização da própria equipe de governo”.
Questionado se já estaria avaliando um novo partido para ingresso, Armando Monteiro Neto confirmou dois convites. Mas não terá pressa em sua decisão. “Eu recebi dois convites que foram até já publicamente anunciados. Eu estou avaliando um convite do Podemos, que é um partido que está crescendo em Pernambuco, que está se estruturando e teve também uma manifestação, um convite do presidente Wolney Queiroz, aqui do PDT em Pernambuco. Estou avaliando esses convites, volto a dizer que me honram pela lembrança, mas farei isso com muita tranquilidade, depois de uma avaliação com os companheiros que sempre me acompanharam também. A política não pode ser um ato solitário e, portanto, farei essa reflexão de forma muito tranquila para poder garantir que eu possa encontrar a melhor opção”.