Asserpe realiza primeira reunião setorial de 2023 com debates precisos sobre a integração das plataformas de comunicação

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A Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (ASSERPE) realizou na manhã desta quinta-feira (30) a sua primeira reunião setorial. O evento que marcou o início do calendário de atividades da entidade em 2023, ocorreu no auditório do SESC, em Arcoverde. Na oportunidade, a Asserpe prestou uma homenagem ao radiodifusor Hélio Urquiza, da Rádio Papacaça, que faleceu em fevereiro. Deste ano. A filha dele, Izabel Urquiza, esteve presente representando a família e se mostrou bastante emocionada com o reconhecimento. 

Ainda durante a reunião, empresários do ramo de comunicação e comunicadores, assistiram a uma palestra ministrada pelo diretor geral da ABERT, Cristiano Lobato, que na sua participação virtual, falou sobre os desafios para o meio em 2023 com a agenda da radiodifusão, questões pontuais do rádio e da TV, relação institucional com novo governo, os debates em torno no novo Marco Civil da Internet, dentre outros temas.

“Eu sei que vocês lutam solitariamente, em um importante esforço. A radiodifusão não é uma empresa qualquer, ela é composta por pessoas vocacionadas e que sabem da sua importância no meio social. Então, nós somos diferenciados quando exercemos essa atividade [de informar]. Por isso quero dizer que estamos muito próximos da regulamentação das big techs para quebrarmos um pouco essa sangria. E acho que estamos sendo muito acertados nesta expectativa e aí sim vamos exercer essa função associativa, de contar com o apoio de vocês para mostrar a sociedade o quanto é importante as pessoas buscarem informações em ambientes onde prospera o jornalismo profissional e a certificação da informação. Esse discurso, que é legítimo e é honesto, produz bons efeitos, mas não a curto e sim a médio e longo prazo”, afirmou Lobato. 

Na sequência, uma mesa redonda mediada pela diretora das rádios do Sistema Grande Rio de Comunicação, Ana Amélia Lemos, debateu o tema: “O futuro do rádio e seu papel: A integração com as redes sociais”. Os comunicadores Mário Neto (ex-CBN e integrante da TV Nova) e Mário Flávio (integrante da Rádio Cidade Caruaru), falaram sobre suas experiências acerca da radiodifusão associada às novas ferramentas tecnológicas e compartilharam novos conceitos presentes na comunicação moderna. 

“Quando as pessoas se reúnem em prol de coisas boas, isto é muito bom. E aqui não foi diferente. A gente se reuniu para discutir a respeito do que é o rádio hoje, como ele será no futuro, como nos adequar às novas tecnologias, enfim. E com cada um falando um pouquinho, nós juntamos as ideias e formatamos um pouco do que poderemos ser e fazer para o futuro”, analisou Neto. 

Inaugurada há três anos, em meio à pandemia, a Rádio Cidade Caruaru integra um dos grandes cases de sucesso na história do rádio pernambucano. Além de prosperar em meio às incertezas, a emissora foi uma das primeiras no Nordeste a integrar sua 100% da sua programação às plataformas audiovisuais a disponibilizar um aplicativo para acompanhamento posterior desses conteúdos, o FlixCidade. Representante da emissora e um dos palestrantes do encontro, Mário Flávio, falou sobre a relevância do evento.

“Acho importante demais quando a gente se reúne para debater a comunicação, os veículos de comunicação estão em evolução e precisamos entender como funcionam essas novas formas de comunicar. Hoje, vimos aqui vários exemplos de como fazer o novo, onde estamos sempre aprendendo e cada pessoa colocando uma fala, uma contribuição, sejam os mais experientes ou os mais novos, a gente debate o futuro da comunicação que vejo com bastante positividade. O rádio, para mim, é o veículo mais moderno, mais atual e é o veículo do futuro”. 

Entusiasta das reuniões setoriais, o vice-presidente da Asserpe, Cléo Nicéas falou sobre a importância de sempre inovar na comunicação. “Eu adoro essas reuniões porque a gente percebe que nós não somos nada, enquanto estamos sozinhos. Mas quando agrupamos, reunimos e trocamos experiências, percebemos que somos muito fortes, competentes e fazemos comunicação sem dever a ninguém. Então, é uma coisa que me gratifica muito mesmo e todas as vezes quando fazemos uma reunião no Sertão, eu sinto competência e inteligência no ar. É uma sensação, uma coisa um pouco mística, que não consigo explicar. Eu não sinto isso, por exemplo, no Recife. Eu acho que são enormes os novos conhecimentos que a gente adquire, independente de estar em Nova York, eu acho que o interior também nos inspira com muitos modelos e acho que vocês são [Sistema Grande Rio de Comunicação], foram citados aqui, como exemplo de projetos de comunicação inovadores. Não custa nada inovar, até para errar, erramos, pode ser um fracasso, mas faça, inovem, tentem”, aconselhou Nicéas. 

O vice-presidente secretário da Asserpe e diretor da Rádio Liberdade FM  Caruaru, avaliou o cenário atual e a importância dos conteúdos ministrados. “Estamos vivendo um momento de muita expectativa. A economia do mundo inteiro anda mal, não é só a do Brasil e isso reflete diretamente nos nossos veículos. Mas o conteúdo que ficou da reunião foi extraordinário, a justíssima homenagem que foi prestada ao saudoso radiodifusor e ex-deputado, Hélio Urquiza, a participação do diretor executivo da Abert, Cristiano Lobato, extremamente esclarecedora e por fim o bate papo, mediado por nossa diretora, Ana Amélia, com os experientes jornalistas Mário Flávio e Mário Neto deixou bem claro que tem espaço para tudo no mercado, para rádio de notícia, de esportes, popular e eclética, depende de cada gestor. Precisamos definir com quem nós queremos nos comunicar”. 

A vice-presidente do Sertão, Ana Amélia Lemos, fez uma síntese dos assuntos abordados e destacou a necessidade de estarmos atualizados nos debates acerca da radiodifusão. “Foi o primeiro evento em que fui convidada para ser mediadora, logo com dois craques como Mário Neto, CBN a vida inteira, 18 anos de experiência, já foi do Sistema Jornal do Commércio e agora está na TV Nova e também com Mário Flávio, que é da Rádio Cidade Caruaru, tem uma rádio novíssima que começou em 2020, no auge da pandemia e tem um case de sucesso fantástico. Acho que todos esses encontros são muito bons, acho que essa ideia de fazer uma reunião setorial em várias regiões faz a gente se encontrar, conhecer um pouco a realidade, trocar experiências, contar nossos sucessos, erros, acertos e acho que essa reunião foi maravilhosa. O tempo passou que a gente nem sentiu, precisou acabar, mas uma dica pra Nill é que se estenda os horários para que possamos continuar esse debate. Fiquei muito satisfeita com a participação do dr. Cristiano Lobato, que integra o jurídico da Abert, quando ele fala da presença do órgão no Congresso, juntos aos congressistas, principalmente no PL da Fake News, no Marco Regulatório da Internet. Ele foi instituído em 2014, mas estão querendo fazer um novo. A gente precisa entender que temos pilares do jornalismo que devem ser considerados, essas big techs fazem as coisas sem Lei, sem regra e nós como radiodifusores de uma emissora comercial e temos uma outorga precisamos seguir inúmeras regras e leis. Então, como vamos nos juntar, através dessas multiplataformas, a essas empresas grandes e que muitas vezes nos deixam na mão? Passamos por um caso desse no ano passado, tivemos a nossa conta no Instagram clonada e durante mais de 45 dias, não tivemos nenhum retorno da Meta. Nós precisamos deste mesmo tempo de agilidade, é preciso existir regras que todo possam seguir para convivermos bem nesse ambiente virtual”, ponderou Ana Amélia. 

Por fim, o presidente da Asserpe, Nill Júnior, avaliou o evento. “Eu acho que nós saímos melhores dessa dessa manhã/tarde porque quando agregamos conhecimento, eu ouvi alguém dizer que que as pessoas fazem diferença na nossa vida pelo que elas deixam na gente, então todos convidados, todas as pessoas que passaram, desde a participação virtual do Cristiano Lobato, passando pela mesa que foi maravilhosa com o Mário Neto, com o Mário Flávio e com a condução da Ana Amélia, a homenagem a Hélio Urquiza que também deixou muito dele na associação, portanto, acho que a gente sai mais rico essa manhã, com a cabeça mais arejada. Quem gosta de rádio, quem gosta de TV começa a enxergar novos horizontes, de ver que  o rádio tem uma perspectiva, que continua sendo camaleão da comunicação, veste todas as camisas, que ele consegue se moldar como ninguém às novas tecnologias, agora as redes sociais. Que ele esteve tão forte, inclusive depois de todo o processo pandêmico, ganhando protagonismo. Eu acho que a gente teve pistas aqui de como fortalecer ainda mais o meio-rádio. E quando a gente fortalece o rádio, a gente fortalece a sociedade”, ponderou.