Após quase oito meses abrigado no Centro de Acolhimento Transformar, Alan Lacerda agora pode dar continuidade à sua vida com independência. Alan chegou ao Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), a partir do seu contato com a equipe do Consultório na Rua, e, desse momento em diante, a sua vida mudou de rumo.
Natural de Jaboatão do Guararapes, Alan perdeu a sua família em um acidente automobilístico que o deixou em coma por três dias e com algumas sequelas na memória. Em Juazeiro, ele acabou indo morar na rua, mas ao chegar no Centro POP encontrou um porto seguro e de lá foi encaminhado para o Acolhimento Transformar. O espaço, criado e custeado pela atual gestão, funciona como um centro de acolhimento para pessoas em situação de rua. No local, além da alimentação balanceada e do carinho da equipe, os usuários participam de atividades terapêuticas, têm acompanhamento médico, odontológico, psicológico e de assistência social.
“Quando eu cheguei no Transformar eu estava desorientado, psicologicamente abalado e não lembrava das pessoas que eu tinha conhecido lá fora. Aí a equipe do Acolhimento me encaminhou para o tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e comecei a recuperar algumas lembranças. Agora, eu estou bem, decidi me arriscar e sair do Transformar para começar uma vida nova”, conta Lacerda.
A coordenadora do Centro POP, Daniela Gomes, explica que a atenção dada a Alan Lacerda é parte da rotina do serviço. “Quando o usuário chega ao Centro POP ou à unidade de Acolhimento, fazemos uma escuta, verificamos se esse indivíduo tem seus documentos, se precisa de atendimento médico ou outro tipo de atendimento e, em alguns casos, buscamos, também, contato com a família para restabelecer o vínculo familiar. No caso de Lacerda, como ele não tinha lembranças, nossa equipe montou uma verdadeira força-tarefa para desvendar a sua origem. Ele não tinha documentos e, ao mesmo tempo, precisava recuperar essas memórias. Foi um dos casos mais complexos que já recebemos”, revela.
No momento em que Lacerda se despede da unidade de Acolhimento, ele agradece o apoio recebido no espaço, mas continua encontrando no Transformar o vínculo que foi construído e o seu ponto de apoio. “Essa casa me trouxe muitas coisas boas, inclusive descobri que sou músico, algo que eu não lembrava. Eu fui tratado aqui como se estivesse em minha própria casa ou talvez melhor, com alimentação de qualidade, atendimento do psicólogo, do neurologista, aula de educação física, musicoterapia, capoeira e muitas oportunidades que a gente não tem em outros lugares. Quem passa pelo Transformar é bem tratado, bem cuidado e depois pode sair de cabeça erguida”, relata Alan.
A prefeita Suzana Ramos também reforça o seu compromisso e satisfação com a criação do Acolhimento Transformar. “Essa unidade tem transformado várias vidas. São pessoas que depois de muito tempo em situação de rua conseguiram se reconectar com a sua família ou, casos como o de Lacerda, que aproveitou a chance que a vida lhe deu ao sobreviver ao acidente e está construindo uma nova história. Eu fico muito feliz em contribuir para que isso aconteça”, frisa a prefeita.
Atualmente, o Acolhimento Transformar conta com 26 usuários acolhidos. Para ter acesso ao serviço, os interessados devem procurar o Centro POP, localizado na Rua Visconde do Rio Branco, 70, Centro.
— Ascom Sedes/PMJ