O Índice do Medo do Desemprego cresceu 2,3 pontos em relação a abril e alcançou 59,3 pontos em junho. O indicador está acima da média histórica, que é de 49,9 pontos, mas está 8,6 pontos menor do que o registrado em junho de 2018, informa a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (3) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“A situação está um pouco melhor do que há um ano. Ainda assim há uma certa frustração com o mercado de trabalho que, na verdade, reflete o fraco desempenho da economia. Com isso, quem sai para procurar emprego não encontra tão facilmente”, diz o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Conforme a pesquisa, que ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 20 e 23 de junho, o medo é maior entre as pessoas com mais de 45 anos de idade e com menor grau de instrução. Entre os brasileiros que têm entre 45 e 54 anos, o índice do medo do desemprego subiu 7,1 pontos frente a abril e ficou em 60,1 pontos em junho. Entre as pessoas, cujo grau de instrução vai até a quarta série do ensino fundamental, o medo do desemprego aumentou 6,1 pontos na comparação com abril e atingiu 65,1 pontos em junho.
A pesquisa mostra ainda que o medo do desemprego é maior no Nordeste, onde o índice alcançou 66 pontos em junho. O índice é menor na região Sul, onde ficou em 47,9 pontos, abaixo da média nacional.
Para reverter essa situação, é preciso, fundamentalmente, que o Brasil volte a criar empregos. “Com a economia crescendo e as empresas empregando mais, a população encontrará emprego mais facilmente e a confiança aumentará”, acrescenta Castelo Branco.
A frustração dos brasileiros nestes primeiros meses de 2019 também aparece no Índice de Satisfação com a Vida. O indicador caiu 0,5 ponto na comparação com abril e ficou em 67,4 pontos em junho, abaixo da média histórica de 69,6 pontos. Mesmo assim, está 2,6 pontos acima do verificado em junho de 2018. A queda na satisfação com a vida é maior entre as pessoas que têm curso superior. Nesse estrato da população, o Índice de Satisfação com a Vida caiu de 71,4 pontos em abril para 68,6 pontos em junho.
O acompanhamento dos índices de satisfação com a vida e de medo do desemprego antecipa o que vai ocorrer com o consumo das famílias. Pessoas menos satisfeitas com a vida e com medo de perder o emprego tendem a reduzir o consumo, o que aumenta as dificuldades de recuperação da economia.