Danilo Cabral defende que data do Enem seja definida após retorno das aulas

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(foto: Arquivo Nossa Voz)

Com a pandemia de Covid-19, os problemas atingem praticamente todas as áreas, inclusive a educação. Por isso, a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), porta de entrada para o ensino superior no Brasil, está em xeque.

Com as suspensões das aulas nas redes pública e privada, muitos argumentam que as desigualdades sociais estão ainda mais aprofundadas, já que alguns estudantes contam com recursos tecnológicos e uma situação econômica e social mais privilegiada, enquanto outros tantos sofrem de maneira mais árdua as consequências do novo Coronavírus.

Nessa linha, os deputados federais Danilo Cabral, Julio Delgado e Rafael Motta, do PSB, protocolaram ontem (19) na Justiça Federal da 1ª Região pedido para interromper todos os prazos previstos para a realização do Enem. No Nossa Voz desta quarta-feira (20), o deputado Danilo Cabral defendeu o adiamento e disse que a conduta mais justa é definir a nova data do exame após o pico de contágio no Brasil.

“Nós não sabemos quando essa pandemia vai acabar. Não tem vacina e nem tem remédio. O Enem exige uma logística. São cinco milhões de pessoas, fora aqueles que vão trabalhar, numa sala de aula. E o isolamento, como é que vai se dar isso? 40 pessoas num ambiente de sala de aula? (…) O que eu defendo é que a gente tem que garantir o acesso ao conteúdo. E que a definição da data seja dada a partir do momento que os jovens voltarem a ter acesso do que vai cair no Enem”, defende Cabral.

Ainda segundo o deputado, as matrículas que já foram efetuadas podem ser mantidas e as provas podem também ser preservadas, por isso, a mudança seria restrita somente à data.

Primeiro passo

Ontem (19), o Senado aprovou o adiamento do Enem por 75 a 1, sendo que esse único voto contrário foi do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. No texto do PL (Projeto de Lei) 1.277/2020, há o pedido de prorrogação automática de prazos para provas, exames e demais atividades para acesso ao ensino superior sempre que houver reconhecimento de estado de calamidade pelo Congresso Nacional ou de comprometimento do funcionamento regular das instituições de ensino do País.

Agora o texto segue para ser votado na Câmara dos Deputados.