O impacto da pandemia no setor de alimentos e bebidas foi um dos assuntos abordados no Nossa Voz desta terça-feira (04). Emerson Castro, proprietário de um espaço gastronômico, pontuou algumas questões relacionadas ao assunto e destacou que esse impacto ainda não está totalmente explícito em números. “Os dados que temos são gerais, ou seja, nacionais e estaduais. Dos restaurantes fechados ou com atividades reduzidas a delivery, 32% não irão abrir mais – esses são números nacionais”, explanou.
Segundo Emerson, essa realidade não será diferente no Vale do São Francisco. “Aqui nós temos uma amostragem nacional por conta da diversidade de atividades, desde a gastronomia até a cultura. Mas, é uma região que sofre assim como todos os outros locais”, salientou. O empresário também abordou que a pandemia colocou em pauta a criação de uma associação de bares e restaurantes de Petrolina e Juazeiro. O objetivo é unir forças entre o empresariado do setor e obter legitimidade para dialogar com o poder público.
Número de casos e relação com o ramo
Emerson destacou que, no momento, há uma tentativa dos empresários em mostrar para o Governo de Pernambuco que o aumento dos casos não está relacionado com as atividades do setor. “Estamos fechados desde o dia 17 de março. Todos os outros setores, com exceção de shows, retornaram. E o que mudou? Nós não temos nenhuma responsabilidade sobre o aumento do número de casos”, defendeu.
Os protocolos de higienização e segurança, de acordo com Emerson, já existiam no ramo antes da pandemia. A higienização de frutas, legumes, bem como a esterilização de louças, talheres e canecas é rotina. “Quase nada vai alterar para a gente. O que modifica é que os nossos garçons estarão com máscara, bem como a disponibilização de totens de álcool em gel no estabelecimento”.
Diálogo com o governo estadual
Segundo o empresário, o diálogo com o governador Paulo Câmara nunca aconteceu. No entanto, representantes do grupo – que já reúne cerca de seis empreendimentos e 30 empresas – esteve com o prefeito Miguel Coelho no início dessa semana. Há algumas limitações quanto aos decretos estaduais. Por entendimento do STF, as prefeituras não podem ampliar medidas, apenas restringir. “Como o decreto estadual restringe a nossa atividade aqui no Vale do São Francisco, o prefeito não pode ampliar. Precisaria flexibilizar o decreto do governo do estado”, explicou. Depois de cinco meses fechados, Emerson acredita que já existem informações suficientes para dialogar com o poder público e tentar a flexibilização.
O prefeito Miguel Coelho esteve em reunião com o governador Paulo Câmara, que por sua vez, pediu o adiamento dessa decisão para quinta-feira (06). “Essas medidas não asseguraram a diminuição do contágio, mas estão assegurando a falência das empresas. Então, é nesse ponto de equilíbrio que queremos ser ouvidos pelo governo do estado. O nosso setor está aguardando essa manifestação de forma respeitosa”, concluiu.